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Queda no lucro derruba ação ON da Ambev em 5,6%, ontem, e 19,78% em um mês; Heineken avança

Reprodução -
Queda nas vendas da Ambev foi compensada pela alta nos preços e avanço das linhas premium; empresa perdeu mercado para a Heineken
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O mercado reagiu mal à divulgação do balanço do terceiro trimestre da Ambev. Ontem, as ações ON caíram 5,60%, liderando as perdas entre os papéis da carteira do Ibovespa. O movimento tem sido uma constante. Em apenas dois dos últimos 30 dias, as ações não caíram. No período, a desvalorização foi de 19,78%.

O lucro líquido ajustado da Ambev de julho a setembro foi de R$ 2,90 bilhões, cifra 10,2% menor do que em igual período do ano passado. O lucro atribuído ao controlador foi de R$ 2,83 bilhões. O resultado poderia ser ainda pior se o crescimento da receita líquida por hectolitro (+8,3%) não tivesse compensado a queda de 2,4% no volume total vendido pela companhia nos países em que atua. Só no Brasil, a queda na quantidade de cerveja e refrigerantes vendida foi de 3,3%. Na prática, o resultado pode ser explicado pelo reajuste de preços, melhor performance das linhas premium e a perda de mercado para a concorrência, principalmente a Heineken.

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Queda nas vendas da Ambev foi compensada pela alta nos preços e avanço das linhas premium; empresa perdeu mercado para a Heineken (Foto: Reprodução)

O desempenho na Bolsa também foi influenciado pelo resultado da controladora Anheuser-Busch InBev (AB InBev), cujo lucro líquido caiu 37,5% na comparação interanual, ficando em US$ 1,61 bilhão. A performance foi atribuída às perdas com marcação a mercado. Os papéis da companhia despencaram 10,38% na Euronext.

No Brasil, a receita do braço cervejeiro cresceu apenas 1,3%, impactado pela queda de 3,1% no volume vendido. A queda está acima da média do setor (2,5%). O lucro se deve ao crescimento da receita por hectolitro, que subiu 4,6% devido à reajustes de preço. No acumulado de 2018, a receita com cerveja aumentou 2,9%, impactada pela queda do volume de 3,4%.

A boa notícia foi o volume vendido de marcas como Bohemia, Brahma Extra (“core plus”), Budweiser e Stella Artois (premium), que subiu mais de 40%. Dentre as linhas especiais, a Corona foi a que mais cresceu, com um aumento superior a 75% no volume vendido.

No segmento de refrigerantes, o volume vendido no Brasil caiu 3,9%. Ainda assim, a receita líquida subiu 7,0%, graças ao crescimento de 11,3% na receita por hectolitro. O resultado é superior à média do mercado de refrigerantes, que contraiu 6,0%. Segundo a empresa, o resultado se deve ao bom “desempenho de custo”, que se beneficiou de um câmbio favorável e dos preços do açúcar, em queda. No acumulado do ano, a diminuição no volume de refrigerante vendido é de 8,2%.

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COTAÇÃO DA AMBEV (Foto: Arte JB)

Ataque da Heineken

Segunda maior cervejaria do mundo, a Heineken aumentou suas vendas em todo o mundo. O mercado brasileiro cresceu dois dígitos e ficou entre os destaques da companhia.

Segundo os holandeses, o volume consolidado de cerveja aumentou 4,6% em relação ao ano anterior, para 6,26 bilhões de litros no terceiro trimestre. Só as vendas da Heineken Larger, a marca global premium da empresa, aumentaram 9,2%, com forte crescimento no Brasil, mas também na África do Sul, Rússia, e França. O desempenho não foi tão bom nos mercados Africanos, Espanha e Polônia.

No início de 2017, a Heineken comprou a Brasil Kirim, assumindo marcas como Schin e Devassa. A aquisição fez da empresa, que também controla as marcas Tiger, Sol e a cidra Strongbow, a segunda maior da América do Sul. Prova do bom desempenho é a estabilidade dos papéis da companhia em um momento de encolhimento do setor cervejeiro em volume vendido.

Arte JB - COTAÇÃO DA AMBEV
Tags:

aço | ambev | cerveja | economia