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Dólar sobe com ajustes a cenário eleitoral e exterior instável

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O mercado local passa por ajustes que impulsionam o dólar na manhã desta quarta-feira, 10, após a moeda americana ter acumulado perdas de mais de 8% no mês e caído na terça (9) para R$ 3,7155, refletindo expectativas de investidores de vitória de Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno da eleição presidencial e de andamento das reformas.

A cautela justifica-se nesta quarta, segundo operadores, pela expectativa por pesquisa Datafolha, que será divulgada à noite, e de uma definição pela equipe médica se Jair Bolsonaro terá alta para viajar pelo País e participar de debates.

Na quinta-feira, 11, está marcado o primeiro debate da disputa presidencial no segundo turno, na Band TV. Além disso, os investidores repercutem declarações do presidenciável Jair Bolsonaro sobre a reforma da Previdência e a privatização da Eletrobras.

O candidato do PSL disse na terça que a reforma da Previdência será tratada "vagarosamente, embora depois tenha recuado dizendo que, se eleito, irá procurar a equipe de Michel Temer para fazer proposta sobre o tema "já para o corrente ano".

Uma das ideias seria reduzir a idade mínima de 65 para 61. Bolsonaro disse ainda à Band que tem resistências com a privatização da Eletrobras e que no setor de energia elétrica "a gente não vai mexer".

Traz alguma inquietação ainda a investigação sobre Paulo Guedes, principal assessor do capitão reformado na área econômica, pelo Ministério Público Federal (MPF) em Brasília por supostas fraudes, de acordo com informações da Folha de S.Paulo. A suspeita é de se associar a executivos ligados ao PT e ao MDB para praticar fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais. Guedes foi procurado e não comentou.

De outro lado, o candidato a presidente Fernando Haddad (PT) desmentiu na terça que o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli será o responsável pelo seu programa econômico, como havia informado o jornal O Globo. Fontes disseram ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, nesta manhã, que o programa econômico de Haddad retoma a receita usada no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006) para a economia.

Será retomado o tripé formado por câmbio, juros e inflação como estratégia econômica, afirmaram essas fontes. A proposta é eventualmente aperfeiçoar o arcabouço institucional dessas políticas, a partir de experiências bem-sucedidas em outros países.

Os sinais mistos do dólar exterior em relação a seus pares principais e moedas emergentes nesta manhã pesam ainda para um enfraquecimento do dólar ante o real. No exterior, estão no radar o quadro pólítico-fiscal na Itália e o avanço dos juros dos Treasuries norte-americanos.

Às 9h25 desta quarta-feira, o dólar à vista estava em alta de 0,59%, a R$ 3,7375. O dólar futuro de novembro avançava a R$ 3,7430 (+0,56%).

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