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Fed puxa juro e derruba bolsas

Alerta de Jerome Powel para crescimento acelerado provoca tsunami no mercado global

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A declaração do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na quarta-feira, alertando que a expansão econômica dos Estados Unidos “pode continuar por um bom tempo” e indicando que o Fed, o Banco Central americano, “poderia se mover mais rapidamente” para elevar as taxas de juros acima do nível estimado como “neutro”, provocou imediata alta dos juros futuros dos títulos do Tesouro dos EUA e um tsunami nos mercados financeiros mundiais, com queda generalizada das bolsas, sobretudo os países emergentes.
No mercado futuro, os bônus com vencimento em 10 anos passaram a pagar 3,20% ao ano, maior taxa desde julho de 2011, precipitando ordens de vendas de ativos em ações, commodities e moedas para ajuste de posição (os juros atuais estão entre 2% e 2,25% ao ano). Na Alemanha, os dois maiores bancos, o Commerzbank e o Deutsche Bank subiram os juros 3,5% e 1,5%, respectivamente, em reação ao aumento dos rendimentos dos títulos de 10 anos do país, que atingiram a máxima em quatro meses e meio.
A queda das bolsas asiáticas, as primeiras a abrir (ainda na noite de quarta, no horário do Brasil), foi imediata. O índice de Hong Kong baixou 1,73%, a bolsa de Seul teve queda de 1,52% e o índice de Tóquio caiu 0,56%. Na Europa, o índice da Bolsa de Londres caiu 1,22%, o de Frankfurt baixou 0,56%, o de Paris caiu 1,47%. Já a Bolsa de Nova Iorque teve queda de 0,75%, medido pelo Índice Dow Jones. A Nasdaq teve baixa de 1,81%. Na Argentina, o ìndice Merval sofreu a maior queda, 3,95%.

Acomodação eleitoral
No Brasil, o mercado cumpriu a velha máxima de que “lucro nunca deu prejuízo a ninguém” e os especuladores que ganharam com o rali de alta desta semana trataram de desfazer posições antes do último debate eleitoral com a ausência do lider das pesquisas, Jair Bolsonaro, cuja pontuação seria confirmada pelo Datafolha ontem à noite. Depois de alta acumulada de 5,91% em em dois dias, ontem foi o mercado foi de altas e baixas. Após abrir em 83,275 pontos, às 11h40 o nível baixou a 81.986 pontos. Na parte da tarde houve uma reação para a máxima de 83.430 pontos, pouco depois das 16hs. Mas no fechamento cedeu para 82.952,81 pontos, com queda de 0,38%.
As ações da Eletrobras voltaram a disparar ( 4,93% as ONs e 4,85% as PNB), depois que o candidato do PSL reafirmou a privatização na área de infraestrutura. A maior baixa entre as 65 ações da carteira do Ibovespa foi da JBS (-4,74%), devido à acusações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos de que quase 60 consumidores de carne de uma de suas filiais americans foram contaminados por salmonela. As ações da Petrobras que lideraram as altas da semana, ainda acumularam nova alta de 0,95%, as PNs, e de 1,06%, as ONs.
A cautela do mercado se traduziu na quase estabilidade do dólar negociado no mercado de balcão, que fechou a R$ 3,8831, com valorização de apenas 0,08%, após três dias de queda. No mês, o dólar tem queda de de 4,14%. No exterior, a moeda americana subiu ante países emergentes, como África do Sul, Argentina e Turquia, o que também contribuiu para pressionar o dólar no mercado brasileiro.

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alerta | bolsa | economia | Fed | juro | mercado