ASSINE
search button

Mercado prevê queda do dólar após eleições

Dólar cai para R$ 4,1292; Top 5 aposta em R$ 4,19 para setembro e R$ 3,70% para dezembro

Compartilhar

Os radares das cinco instituições financeiras que mais acertam as previsões nas pesquisas Focus, feitas pelo Banco Central, a cada semana, com 100 instituições, indicam que a escalada do dólar tende a passar depois das eleições. Ou seja, seria um erro fazer apostas e negócios no momento envolvendo o dólar, como viagens ou importações, pois a febre tende a passar.
O dólar, que fechou ontem em queda de 0,86%, a R$ 4,1292 (depois de ter atingido R$ 4,2041 na máxima da manhã), está sendo projetado para setembro (dia 28 é o último dia do mercado futuro de dólar da B3) em R$ 4,15 pela média do mercado. Mas as Top 5, que mais acertam as previsões, vão mais além: R$ 4,19, indicando fortes pressões no dólar até o fim do mês, período anterior às eleições (o 1º turno é dia 7 de outubro e o 2º turno, dia 28).
Mas o mercado como um todo já prevê dólar a R$ 4,00 em outubro (as Top 5, R$ 3,90). O fechamento do dólar em 2018 seria em R$ 3,85 para o mercado e R$ 3,70 para as Top 5. Estas, têm previsões ainda mais baixistas para 2019. O dólar fecharia o ano em R$ 3,45 - o que representaria queda de 16,44% frente a ontem, e isso 15 meses depois. Com juros da poupança, a perda seria bem maior que 20%.
Se as previsões das Top 5 repetirem o grau de acerto, outro indicador que vai cair para 2019 é a projeção da taxa Selic. O mercado espera que a taxa suba dos atuais 6,50% ano ano para 8%, em 2019. As Top 5 marcaram pela 2ª semana seguida a Selic em apenas 7,75% no ano que vem. Há três semanas era até menos: 7,50%.
Isso é uma comprovação de que o mercado não vê - salvo as oscilações especulativas em torno do dólar - motivos para o Copom, que hoje inicia o primeiro de dois dias de reuniões, promova tão cedo aumento dos juros. Com a economia em queda, não há pressões de demanda que ameacem a meta de 4,50% para o IPCA. O mercado espera 4,09% para 2018 e as Top 5, 4,29%. O índice de crescimento do PIB de 2018 foi reduzido de 1,40% para 1,36%.
O BC divulgou ontem o IBC-Br de julho, com alta de 0,57%, ajustada a sazonalidade. O resultado veio acima do esperado pelo mercado (Bradesco previa 0,20%. Frente a julho de 2017, alta de 2,56% (mercado esperava 1,90%). Com base nos últimos indicadores, o Bradesco espera alta de 0,3% no PIB neste 3º trimestre.