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IPCA: passou efeito da greve

Cede a alta de preços causada pela greve dos caminhoneiros; energia elétrica ainda pressiona

Agência Brasil -
Um grupo de motoristas de guincho protesta neste domingo (27) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, pelo fim dos impostos que incidem sobre o diesel.
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O impacto da greve dos caminhoneiros sobre alimentos e combustíveis já passou. Foi o que mostrou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, divulgado ontem pelo IBGE, com deflação de 0,09%, após alta de 0,33% em julho. O item Alimentação e Bebidas, de maior peso no IPCA, caiu 0,34% (-0,12% em julho) e o item Transporte (o 3º de maior peso no IPCA) baixou ainda mais: -1,22%, após alta de 0,49% em julho.

Na contra mão, o item Habitação (o 2º mais importante nas despesas familiares) subiu 0,44%, após salto de 1,54% em julho, sob influência dos reajustes da energia elétrica residencial, apesar da redução das alíquotas do PIS/Cofins nas contas de energia ter desacelerado o reajuste médio nas contas de luz, de 5,33% em julho para 0,96% em agosto. O aumento gerou o maior impacto individual positivo no índice do mês (0,04 p.p.), devido à aplicação da bandeira tarifária vermelha patamar 2, com a cobrança adicional de R$ 0,05 por kwh consumido.

Com o comportamento de agosto, a inflação acumulada no ano caiu dos 2,94% de julho para 2,85%. No mesmo período de 2017, a taxa foi de 1,62%. Maior foi o recuo da taxa acumulada em 12 meses. Como em agosto de 2017 houve alta de 0,19%, com a queda de 0,09% no mês passado, a taxa acumulada do IPCA em 12 meses baixou dos 4,48% de julho para 4,19% em agosto. Ou seja, mesmo com o impacto do dólar, a inflação segue bem abaixo do centro da meta do Banco Central, de 4,50%.

Segundo o IBGE, os preços dos combustíveis tiveram queda acentuada em agosto. O etanol (álcool anidro) recuou 4,69%, a gasolina baixou 1,45% e o litro do óleo diesel caiu 0,29%. O IBGE apresentou lista de 10 artigos que mais subiram nos últimos 12 meses e mais pesaram na inflação acumulada de 4,19%. Lideram a lista os preços dos insumos energéticos, gasolina à frente, com aumento acumulado de 18,01% e impacto de 0,72 ponto percentual no índice. O 2º maior impacto, com 0,61 p.p. foi do reajuste de 16,85% da energia elétrica residencial. O 3º artigo de maior impacto é o reajuste acumulado de 12,38% nos planos de saúde, que pesaram em 0,47 p.p. no índice. Se não fosse a escalada dos combustíveis (o GLP acumulça alta de 15,9% em 12 meses, com impacto de 0,19 p.p. no IPCA), os planos de saúde continuariam sendo o vilão das despesas da classe média. Isoladamente, o artigo que mais subiu (29,01%) foi o leite longa vida, com impacto de 0,27 ponto percentual no IPCA de 4,19% em 12 meses.

Cidade mais cara

Das 16 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, a maior inflação acumulada foi a de Goiânia (5,08%), seguida por São Paulo (4,85%), Porto Alebre (4,70%), Rio de Janeiro (4,35%) e Belo Horizonte (4,23%). Em meio ao desemprego, a inflação está mais elevada nas regiões que são os maiores colégios eleitorais do país (Curitiba tem alta de 3,95%, Salvador, de 3,45%). Já as capitais com menor inflação acumulada foram São Luis (MA, com 1,40% e Aracaju (SE), com 1,66%. Dois fatores que sempre pesam na hora do voto.