Reeleito no último dia 1º para o exercício de 2017, o presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Domício Proença Filho, enfatizou nesta quinta-feira (15) o papel da instituição como espaço do “cultivo do bom convívio entre convergência e divergência”.
Ao discursar na cerimônia de posse no novo mandato, no final da tarde desta quinta-feira no salão nobre do Petit Trianon, a sede da academia, no centro do Rio, Proença Filho se referiu ao clima político no país e às expectativas para o próximo ano, que segundo ele, “prenuncia a continuidade superlativa destes tempos de aspereza e de inusitadas e apaixonadas”.
O professor e acadêmico lembrou a advertência da sabedoria grega de que as paixões são causa de desgraça. “Problemas se resolvem, polarizações apaixonadas em nada contribuem para as soluções exigidas pelo impasse e costumam ser nutrientes do autoritarismo”.
Além de Domício Proença Filho, foram reconduzidos a seus cargos a secretária-geral, a escritora Nélida Piñon; a primeira-secretária, a escritora Ana Maria Machado; o segundo-secretário, o jornalista Merval Pereira, e o tesoureiro, o poeta e tradutor Marco Lucchesi.
Com a morte no último dia 4 do poeta, crítico de arte e cronista Ferreira Gullar, a ABL, de 40 membros, está com duas cadeiras vagas, ainda sem data marcada para as eleições. A outra é a que foi ocupada pelo cirurgião plástico Ivo Pitanguy, falecido em agosto e para a qual não houve eleição em 24 de novembro, devido a um empate entre os candidatos mais votados, o cientista político e ex-ministro da Cultura Francisco Weffort e o poeta Antonio Cícero.
Ainda no ano de 2016, a ABL perdeu mais dois acadêmicos: o crítico teatral Sábato Magaldi e o jurista Evaristo de Moraes Filho. Para as cadeiras que os dois ocupavam foram eleitos, respectivamente, o poeta Geraldo Carneiro e o economista Edmar Bacha.