Conhecido por ser amigo pessoal dos escritores Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes, o poeta argentino Rodolfo Alonso terá sua obra traduzida para o português. Editado pela Penalux, o livro “Poemas Pendentes” trata-se de uma edição bilíngue que reúne textos inéditos de Alonso no país. Além de ser um grande presente da cultura argentina, conta com a tradução de Anderson Braga Horta, imortal da Associação Brasileira de Letras.
Segundo os editores Tonho França e Wilson Gorj, o livro se divide em duas seções. A primeira parte, cujo o subtítulo é ‘‘Aparecidos”, inclui poemas inéditos que, por uma ou outra razão, não foram incorporados em publicações anteriores. Com o tema ‘‘Aparições”, a parte seguinte reúne os textos recentes a partir de seu último livro editado.
O conteúdo
O livro revela e compartilha os pensamentos do autor. Os temas dos poemas são bem diversificados, por exemplo, falam de amor, sobre lembranças do passado, detalhes da beleza da vida, um pouco do cotidiano de Buenos Aires aos olhos do poeta e também política.
Por exemplo, em “Poeta é aquele”, o escritor cita o barulho e o movimento apressado das ruas do centro da capital argentina. “Dias cinzentos” fala das “Ruas todas do mundo gemendo em Buenos Aires e dentro” do peito de Alonso. Já o “Manhã”, contempla o fato de um cego ainda poder deslumbrar com o canto dos pássaros na cidade invadida por moradores e trabalhadores. Em “Conselho de lobo”, diz que “o amor pousa sobre a cidade”. “Em ausência” relata que “Casa sem mulher” é como um “porto sem mar”.
- A poesia de Rodolfo Alonso não usa as palavras pela sensualidade que desprendem, mas pelo silêncio que concentram. O autor tenta exprimir o máximo de valores no mínimo de matéria vocabular, impondo-se uma concisão que chega à mudez. A ambição deste poeta - como saber ao certo a ambição da poesia? – talvez seja trazer para a vida de todos os dias o fogo de uma chaga viva de amor, ardendo no maior silêncio de compreensão – relatam os editores.