Um ladrão entra em uma casa para roubar. Porém, vira refém do marido e da amante, que pensam que ele é um espião à serviço da esposa. Eles ameaçam matar o ladrão ou deixá-lo paraplégico. A partir daí, a peça apresenta situações absurdas, no qual um tenta esconder a verdade do outro. Com a chegada da esposa, da mulher do ladrão, do amante da esposa e até de um segundo ladrão, a confusão fica ainda maior.
'Nem Todo Ladrão vem para Roubar', de Dario Fo, já fez uma carreia de sucesso com apresentações em São Paulo, em festivais e teatros municipais pelo Circuito Cultural do Estado e em Portugal, no Festival Folias 2013, de Lousada, no Porto. Este ano, a peça viaja pelo Prêmio Myriam Muniz para Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, além de Campinas, Santos, Caraguatatuba e Botucatu. No Rio será apenas uma apresentação, dia 25 de novembro, no Teatro Glauce Rocha, às 19h.
Um vaudeville (ou teatro de variedades)
A comédia, escrita em 1959, é uma farsa ágil e agradável, repleta de intrigas, mentiras e disfarces. Na peça, o ladrão e sua esposa são retratados como pessoas de princípios éticos, enquanto os ricos e poderosos são pessoas sem escrúpulos, que fazem qualquer coisa para alcançar o que querem.
A peça é um vaudeville, de origem parisiense, com forte apelo popular. Gênero que existiu entre o final do século XVIII e o começo do século XIX, no qual as peças são construídas a partir de uma trama repleta de intrigas, reconhecimentos, golpes e efeitos, sugestões maliciosas e uma salada sobre a vida amorosa. Faz parte da dramaturgia do fim do século XVIII, desenvolvida por Scribe, Sardou e Labiche. Entre os seus autores mais notáveis estão Georges Feydeau (1862-1921), com 'O hotel das trocas livres' (1894) e Tristan Bernard (1866-1947), com 'Tripleatte' (1905).
Sobre Dario Fo, o autor
É autor, diretor e protagonista de mais de cem farsas e comédias apresentadas em todo o mundo, criador de inúmeros textos publicitários, músicas e monólogos, além de ser pintor, cenógrafo, figurinista, encenador, militante político e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1997.
Sua importância é inegável pelas diversas montagens de suas peças que tivemos no Brasil até hoje. Desde 'Morte Acidental de um Anarquista', dirigida por Antônio Abujamra, com Antônio Fagundes, na famosa Companhia Estável de Repertório (CER), de 'Brincando em cima Daquilo', que valeu o Prêmio Molière a Marília Pêra, até 'Um Orgasmo Adulto escapa do Zoológico', também dirigida por Abujamra com a interpretação inesquecível de Denise Stocklos. A Commune montou também de Dario Fo, 'O Arlecchino', feito em quadros, que fez grande sucesso de público e de crítica.
A chave do teatro de Dario Fo é a utilização da história e das tradições populares como metáfora do presente. Para ele, o verdadeiro teatro satírico nasce da tragédia. Sua dramaturgia é construída a partir de desenhos de personagens, esboços de cenas e de um roteiro de situações.
Ficha técnica
Texto: Dario Fo
Tradução e Adaptação: Augusto Marin
Gênero: Comédia
Direção: Augusto Marin
Elenco: Javert Monteiro (Ladrão); Augusto Marin (Marido); Roselaine Araujo (Esposa); Salete Fracarolli (Esposa do Ladrão); Michelle Gabriel (Amante do Marido); Neto Villar (Amante da Esposa)
Iluminação: André Lemes
Coordenação: Augusto Marin e Michelle Gabriel
Produção: Augusto Marin e Silvia Luvizotto
Realização: Coletivo Teatral Commune
Sobre a ocupação Em Cena para todos
Serviço: 'Nem todo ladrão vem para roubar'
Data: 25 de novembro, as 19h
Local: Teatro Glauce Rocha - Av. Rio Branco, 179
Ingresso: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (meia entrada e clientes Metrô Rio)
Classificação: 12 anos
Tel: (21) 2220-0259