Marcando a apresentação mais lotada do palco Sunset de todos os dias da quinta edição do Rock in Rio, o show do Sepultura com Zé Ramalho seria perfeito se não esbarrasse em problemas técnicos, neste domingo (22).
Mas, apesar das falhas nos microfones de todos os membros da banda, a mistura do metal com música nordestina foi ovacionada pela plateia, que pulou, cantou e se arrebentou nos bate cabeças. E, pelas palavras do guitarrista Andreas Kisser, a reunião ganhou um novo nome: “Zépultura”.
Após se apresentar com o grupo francês Tambours du Bronx na última quinta-feira (19), no Palco Mundo, o Sepultura iniciou o show desse domingo com músicas raramente tocadas pelo grupo. Motivado pelos 30 anos de história, Kisser e seu bando tocaram Dark Wood of Error, Inner Self, Propaganda, Dusted, Spit e The Hunt, do album Chaos A.D.
“É uma grande honra e um grande privilégio cantar com esse monstro da música brasileira”, disse o guitarrista ao chamar ao palco Zé Ramalho. O cantor nordestino, em resposta, chamou o Sepultura de uma das bandas mais poderosas do mundo.
Misturando o vocal forte e seco com o peso do grupo, vieram A Danças das Borboletas, Jardim das Acácias e Mote das Amplidões. Com a permissão para seus companheiros de banda, Andreas introduziu Em Busca do Ouro, de seu disco solo Hubris I & II e que conta com a participação de Zé Ramalho.
A essa altura, a plateia do palco Sunset já estava ganha, apesar das condições desfavoráveis do som. Mas o melhor estava para o fim. Com Ratamahatta – do álbum Roots – e a clássica Admirável Gado Novo – tema da novela O Rei do Gado, de 1997 – não teve uma pessoa que não as cantou a plenos pulmões, deixando tanto o Sepultara quanto Zé Ramalho atônitos ao ouvirem o forte coro “Zépultura, Zépultura, Zépultura” ao deixarem o palco.