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Crítica: "Django livre"

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Como seria abolição da escravidão nos Estados Unidos da América se, ao invés do presidente Lincoln, um negro a comandasse? Para a mente inventiva de Tarantino, com ironia e sangue. Muito sangue. Assim como Bastardos Inglórios, Django livre é insano, divertido, sem nenhuma ética - aliás, como falar de ética quando se trata de nazismo e escravidão? -feroz e fantástico. Mas também, é um filme muito importante sobre o racismo.

Christoph Waltz, que interpretou o sádico oficial da SS Hans Landa em Bastardos, aqui é Dr. King Schultz, um charmoso caçador de recompensas, cujo desprezo pela escravidão o torna aliado e mentor do herói. O tal herói é Django (Jamie Foxx). 

A dupla caça fugitivos da lei e opta sempre pela segunda opção dos cartazes de “Procurado: Vivo ou Morto”. Mas há uma quebra dessa rotina em determinado momento. Django bota em ação seu plano de salvar Broomhilde (Kerry Washington), sua mulher, e os papéis se invertem. Dr. Schultz vira ajudante do herói, sem perder importância.

O espectador toma conhecimento da história do casal junto com Dr. Schultz. Após uma tentativa frustada de fugir da fazenda onde ambos eram escravos, Django e a esposa são punidos. Broomhilde apanha na frente de Django e depois o casal é vendido separadamente.

Sem saber do seu paradeiro, Django e Schultz partem em busca de pistas e vingança. Implacáveis, a dupla realiza a missão de maneira teatral e sanguinolenta. Impossível não vibrar com as cenas tarantinescas de ação.

Mestre do cinema, Tarantino conduz o filme de maneira bem encadeada e linear. Django foge da cronologia de Pulp Fiction e tampouco possui as histórias paralelas de Bastardos Inglórios. Com um ritmo próprio, o filme conta com flashbacks e muito movimento de câmera à la cenas de kung fu de Bruce Lee. Além dos diálogos densos, marca registrada do diretor, há cenas completamente tolas e engraçadas como a da caçada no estilo Ku Klux Klan. 

Mas o lado solto e engraçado de Tarantino não decepciona seus fãs. O sangue compensa!

Cotação: **** (Excelente)