A cidade de São Bernardo do Campo e o Estado do Rio de Janeiro disputaram com a capital paulista para sediar o futuro Museu da Democracia, iniciativa do Instituto Lula. São Paulo foi escolhida para o memorial e, após duas votações, a Câmara Municipal aprovou a doação de uma área de 4,4 mil m² ao lado da Estação da Luz - perímetro que ficou conhecido como Cracolândia pela presença de viciados na droga.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), afirmou no início da tarde desta quinta-feira que vai sancionar a lei que doa o espaço e não escondeu a satisfação por ter vencido a concorrência.
Segundo a entidade ligada ao ex-presidente, São Paulo foi escolhida pelo fácil acesso ao terreno da região central - com uma estação de Metrô próxima - além da vizinhança com outros espaços culturais como a Pinacoteca do Estado. Para atrair o museu, o Rio de Janeiro ofereceu um palacete histórico no bairro de Botafogo, na zona sul da capital fluminense. "Quero agradecer ao presidente Lula e aos diretores do instituto que aceitaram nossa proposta", disse o prefeito após a aprovação do projeto pela Câmara Municipal.
A ideia de oferecer o terreno partiu de Kassab, que em fevereiro deste ano apresentou aos vereadores a proposta. A concessão do terreno da prefeitura para o Instituto Lula coincidiu com a ensaiada aproximação do fundador do PSD com o PT para uma possível aliança nas eleições deste ano.
A primeira votação para aprovar a doação teve a presença de manifestantes, que ocuparam as galerias para protestar contra a homenagem ao ex-presidente no memorial. Sobre as críticas, que partiram também de partidos outrora aliados como PPS e PSDB, Kassab afirmou que "faz parte da democracia".