Em noite de cultura e descontração, a artista plástica Christina Oiticica abriu as portas da Casa Brasil com sua exposição ‘Mãe Terra’, com 64 obras, três delas exibidas pela primeira vez ao público. Antes mesmo da hora marcada, convidados já chegavam para conhecer as obras e as dependências da sede histórica da Casa Brasil, novo espaço cultural do Rio de Janeiro. Para recepcionar os convidados, uma orquestra de cordas tocava músicas de Tom Jobim e outros nomes da MPB.
Uma das primeiras a chegar foi a própria Christina, que, sorridente, analisou o ambiente com olho clínico, certificando-se de que tudo estava em ordem. No segundo andar do casarão histórico, um telão exibia os vídeos As quatro estações, Caminhos do Sol Nascente e do Sol Poente e Amazônia. Os filmes mostram os momentos nos quais Christina enterra e, tempos depois, desenterra seus quadros, que sofrem ação da terra.
Antes de discursar para os convidados, Christina, que não expunha em sua cidade natal há oito anos, comemorou a reabertura da Casa Brasil.
"A mostra está super bonita, fiquei encantada com a organização do evento. A casa é maravilhosa", afirmou. "Acho sensacional a reabertura deste espaço. O JB foi o jornal da minha infância, é muito gratificante estar aqui. Estou muito emocionada de expor e receber este prêmio", finalizou.
A juíza titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Estado do Rio de Janeiro, Ivone Ferreira Caetano, elogiou a iniciativa da reabertura da Casa Brasil e parabenizou a presidente do JB, Ângela Moreira, pelo evento.
"O JB é um jornal de tradição, que pertence à história brasileira", disse. "Considero a cerimônia perfeita, especialmente na escolha dos homenageados, que, sem dúvida, merecem essa honra".
A delegada Gisele do Espírito Santo, titular da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) fez coro à juíza.
"O evento está maravilhoso, o JB está de parabéns. Essa reabertura da Casa Brasil é um grande avanço para o Rio de Janeiro e para a cultura", disse.
Prêmio
O evento contou com personalidades como Ivo Pitanguy, Narcisa Tamborindeguy, Antônio Campos, Arnaldo Niskier e José Dirceu. Além da abertura da exposição ‘Mãe Terra’, a Casa Brasil e o Jornal do Brasil aproveitaram a oportunidade para fazer a solenidade de entrega do Troféu Jornal do Brasil de Cultura, que homenageou os principais destaques na cena cultural brasileira.
No discurso de abertura, o diretor institucional do JB, Reinaldo Paes Barreto, exaltou o trabalho da artista plástica, que “tem a terra como co-autora e como elemento de conclusão de seus trabalhos”. A homenageada da noite se disse contente de “estar com o JB”, que foi parceiro em suas três últimas exposições: em Estocolmo, Nova York e na Fliporto, em Pernambuco.
Niskier, Pitanguy e Paloma Amado
O acadêmico Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras, abriu a solenidade entregando o Troféu Barão de Rio Branco a Antônio Grassi, que representou a ministra da Cultura, Ana de Holanda. Em seu discurso, além de lembrar o centenário de Jorge Amado, também homenageado no evento, lembrou os cem anos de Nelson Rodrigues e Luiz Gonzaga, também comemorados em 2012.
O Troféu Destaque nas Artes foi entregue a Christina Oiticica pelo diretor comercial do JB, Márcos Vargas. Ela agradeceu pelo prêmio, à equipe do JB e ao "lindo trabalho" que o jornal vem fazendo.
A presidente do JB, Ângela Moreira, entregou ao cirurgião plástico Ivo Pitanguy o Troféu Destaque Especial.
“Não tenho nenhuma palavra a acrescentar à beleza deste espetáculo. O JB sempre prestigiou a cultura brasileira”, disse Pitanguy.
O Troféu de Empreendedorismo Cultural foi entregue ao curador da Fliporto, Antônio Campos, por Ivo Pitanguy. Em seu discurso de agradecimento, Campos afirmou que “a Fliporto deve muito ao JB” e aproveitou para parafrasear Pitanguy, dizendo que “a beleza não se define, mas ao vê-la, é fácil reconhecê-la”.
Outra presença ilustre na festa, Paloma Amado, filha do escritor Jorge Amado, recebeu o Troféu dedicado ao pai, que faria cem anos em 2012. Ela agradeceu pelo prêmio, "o primeiro de muitos neste ano de comemoração", e afirmou que o troféu seguirá diretamente para a Fundação Jorge Amado, na Bahia.
O último troféu da noite foi entregue ao acadêmico Arnaldo Niskier, que expressou sua gratidão à equipe que comanda o JB, que está seguindo sua missão histórica.
"Este evento está revivendo os tempos de glória do Jornal do Brasil, um veículo poderoso de divulgação da cultura", disse. "O que se vê aqui é esta vertente do jornal sendo revivida".
Sobre a exposição da artista plástica, Niskier foi só elogios:
"A Christina Oiticica é uma grande artista. Ela está vinculada diretamente às raízes do nosso povo. Quando ela enterra suas obras, entra em contato com a terra", concluiu.