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RIO - Surgido no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, plataforma também de divulgação do concretismo dos paulistas Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari, o neoconcretistmo surgiu em meados dos anos 50 num processo histórico de desenvolvimento do modernismo em nossa sociedade, que teve como ápice o projeto de construção de Brasília.
Em cartaz na Akademie der Künste (Academia das Artes), em Berlim, a exposição Das verlangem nach form (O desejo da forma), conta com 150 obras desse período, produzidas por artistas como Hélio Oiticica, Franz Weissmann, Milton Dacosta, Ivan Serpa. A exposição também conta com trabalhos do paisagista Burle Marx e do arquiteto Oscar Niemeyer, que também influenciaram uma geração posterior, surgida nos anos 70, e que também está contemplada na exposição, com trabalhos dos contemporâneos Waltercio Caldas, Iole de Freitas, Carlos Bevilacqua e Carla Guagliardi.
O movimento surgiu quando, a dado momento, o poeta Ferreira Gullar, um dos editores do Suplemento, rompeu com a proposta dos poetas concretistas de São Paulo, que lançaram um manifesto proclamando que a poesia deveria ser regida por critérios matemáticos, em detrimento da subjetividade. Foi o estopim para o grupo do Rio, ainda formado pelo poeta Reynaldo Jardim, Lygia Clark, Lygia Pape e Amílcar de Castro, entre outros, rompesse com os paulistas.
Assim, redigiram um manifesto confrontando aquele dos poetas concretistas, classificando a nova vertente como neoconcretismo. Os dois manifestos foram publicados lado a lado na mesma edição do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, um marco na imprensa nacional.