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RIO - Theatro Municipal, Copacabana Palace, Igreja da Candelária e até estações de metrô são alguns dos lugares escolhidos para receber as atrações do Rio International Cello Encounter (RICE) deste ano. Alguns dos maiores violoncelistas do mundo irão se espalhar pela cidade durante a 16ª edição do festival carioca, que já está marcado na agenda de cultura do Rio. Mais uma vez, as apresentações serão gratuitas e pretendem democratizar o acesso à música.
A cada ano o repertório é renovado e são promovidas misturas inesperadas como as de The Who com Brahms, Noel Rosa com Schumann e Jimmi Hendrix com Chopin. Com o passar dos anos, o RICE ultrapassou as barreiras de um festival. Hoje ele é um encontro de amigos que leva música de alto nível para o público brasileiro em geral , diz o diretor geral e artístico, o violoncelista inglês David Chew. O evento também conta com direção artística de André Oliveira.
O RICE deste ano vai homenagear os compositores Schumann e Chopin, pelo bicentenário de ambos, e Mahler, por seus 150 anos. Serão 34 concertos ao longo dos 14 dias de evento, que levarão ao público um repertório cuidadosamente selecionado, incluindo entre as obras títulos inéditos para o público brasileiro. Dennis Parker irá apresentar o Concerto para violoncelo de Dvorák, mais nobre do repertório, com duas orquestras diferentes: a OSB Jovem, no TMRJ com regência de Marcos Arakaki, e a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa (OSBM), no SESC Barra Mansa sob a batuta de Vantoil de Souza.
Tatjana Uhde, que recentemente foi eleita primeira-violoncelista da orquestra da Ópera de Paris, chega recomendada pelo brasileiro Antonio Meneses para tocar o concerto de Schumann, também com a OSBM, desta vez regida por Guilherme Bernstein no Teatro Carlos Gomes. Tatjana mostra ainda um repertório de grande virtuosidade em recital, com destaque para as obras de György Kurtag, raramente apresentadas por aqui. Assim como a alemã, Kim Bok Denitzen apresentará obras do século XX, entre elas, a inédita no Brasil, Sonata para Violoncelo Solo, do sueco Per Nørgård. Rene Geesing, da Sinfônica de Amsterdã e Amber Docters van Leeuwen vem também para tocar e ensinar. O Espaço SESC vai receber as maratonas Schumann e Chopin com seleção de obras para piano solo e de câmara, interpretadas por grandes solistas nacionais e internacionais.
Criado inicialmente como um encontro exclusivo de violoncelistas, há alguns anos o festival recebe instrumentistas de outras áreas. Pianistas, violinistas, flautistas, saxofonistas e violistas importantes na cena internacional são convidados para abrilhantar o evento. Neste ano, o destaque fica por conta da pianista brasileira Maria Clodes Jaguaribe, que aos 82 anos, vai apresentar obras de Schumann e Chopin, o pianista polonês Marek Zebrowski,além do também pianista brasileiro Luiz de Moura Castro. Ainda destaques da programação são a violoncelista Minna Chung, o saxofonista Allan Harrington e a pianista Laura Loewen e o soprano Jaunelle Celaire, que mostram também obras novas para os ouvidos cariocas. Estarão ainda no programa a alemã Karolin Broosch (violino), membro da Camerata Oslo, Lorna Griffitt (piano) e Haroutune Bedelian (violino). O violoncelista americano Eugene Friesen vem lançar seu CD de Bossa Nova, recentemente lançado.
No elenco de nomes brasileiros, estão a harpista Silvia Braga, que estreia no festival em trio com o pianista Gilson Peranzzetta e o saxofonista Mauro Senise, o guitarrista Victor Biglione, que traz seus arranjos exclusivos para o Tributo aos 40 anos de morte de Jimmi Hendrix. O pianista Wagner Tiso e o Rio Cello Ensemble, conjunto fundado por ele e David Chew ao lado de outros violoncelistas, também estão escalados. Outras participações importantes são as orquestras dos projetos de inclusão social pela música, como as Orquestras de Cordas da Grota (Niterói), do Afro Reggae e do Projeto Aprendiz.