Evelyn Soares, Jornal do Brasil
RIO - Uma grande dama do Carnaval carioca completou 90 anos no dia 3 de janeiro, 76 deles dedicados ao samba. Dodô da Portela estreou como porta-bandeira no primeiro desfile, em 1935, quando a escola ganhou o primeiro título, e será homenageada domingo com uma festa na Gamboa. Os primeiros passos foram ensinados por Paulo da Portela, grande mestre da Águia de Madureira, que lhe apresentou o pavilhão azul e branco.
Maria das Dores ficou à frente da Ala das Damas até 1966, quando decidiu dar um tempo. Mas retornou à Sapucaí em 2000, com o mesmo nervosismo da estreia.
Todo mundo que passa pela Portela, de diretor a passista, sabe que aqui tem a Dodô. Esta é a minha segunda casa diz a moradora do Morro da Providência há 86 anos.
Além dos preparativos para mais um desfile na Marquês de Sapucaí, Dodô tem muitas obrigações nestes últimos dias. Além da festa que começa domingo, às 14h, no Centro Cultural José Bonifácio, na Gamboa, para comemorar tantos anos de vida e história.
Gosto de festa de crioulo porque é boa, diferente. Todo mundo brinca, se diverte e fica triste quando acaba. E quando está perto do fim, alguém entra com um samba e tudo começa de novo. Lembra um pouco a experiência de desfilar: a vontade é de ficar naquele balanço fala Dodô, ansiosa para a comemoração.
Amigos e admiradores
A celebração dos 90 anos de vida de Dodô contará com uma exposição de fotos e fantasias; show de Monarco, Mauro Diniz, Tia Surica e Velha Guarda portelense, acompanhados pelo Grupo Tempero Carioca; e com Selminha Sorriso, da Beija-Flor, e Lucinha Nobre, da Portela, representando a nova geração de porta-bandeiras.