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VENEZA - "Comédias são muito mais difíceis de fazer", diz Fatih Akin sobre seu principal desafio ao realizar Soul Kitchen, Prêmio Especial do Júri desta 66ª edição do Festival de Veneza.
Pouco antes da premiação, o diretor alemão de origem turca conversou rapidamente com o Terra numa pequena roda de jornalistas. Contou que ele e o amigo, e agora parceiro no cinema, Adam Bousdoukos levaram cinco anos para finalizar o roteiro. A trama fala de um jovem dono de restaurante decadente (o próprio Bousdoukos), um tipo instável e um tanto atrapalhado, em dúvida entre partir com a namorada para Shangai ou revitalizar seu negócio.
Questionado pelo repórter se não via como uma ousadia unir um protagonista de origem grega e personagens turcos, e ainda apresentar como vilão um alemão representando o capitalismo predador, Akin justificou que essa situação deve ser vista sobre um prisma de tolerância.
"No nosso universo em Hamburgo (cidade onde nasceu e se passa o filme), não há essa diferença de comunidades que existe na condição histórica entre Turquia e Grécia; é tão natural a aproximação entre nós, de diferentes origens, que só nos demos conta dessa união de nacionalidades quando começamos a rodar."