Filipe Quintans, Jornal do Brasil
RIO - Analisando as credenciais do irlandês Steve Barron, é de se perguntar por que, para muitos, ele ainda é um completo desconhecido. Na década de 80, dirigiu clipes como Billie Jean, de Michael Jackson e Money for nothing, do Dire Straits, além do longa cult Amores eletrônicos (1984). São dele também Coneheads Cônicos e cômicos, a versão cinematográfica das Tartarugas Ninja e a comédia futebolística Mike Basset: treinador inglês.
Com tanta experiência, Barron corre para outro lado e investe seus esforços de direção em Lanchonete Olympia, seu primeiro roteiro original. Independente até o osso, conta as agruras de um lavador de pratos equatoriano, vítima de uma feroz timidez. Mudo em boa parte do tempo, Jorge vê numa garçonete recém-contratada a possibilidade de estabelecer comunicação com o mundo exterior.
Salta aos olhos a calma com que desfia sua narrativa, tecida com poucos planos e atuações irritantemente seguras. Uma verdadeira obra independente, construída para ser uma única coisa: um filme. Fantasias de super-herói e violência não inclusas.