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Ideas e Livros: lustrações para crianças e jovens achegam à excelência

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Juliana Krapp, JB Online

RIO - Sua sina é a de viver à espreita. Espera, de soslaio, o momento da captura; faz silêncio; finge que não é com ela, até esconde-se. Mas ninguém tem manejo melhor do bote certeiro: uma virada de página e... zás! Está lançado o feitiço, tão fatal quanto encantado.

Falamos, é claro, da imagem que habita os livros infantis. Ou melhor, do reino das ilustrações para crianças. Porque é hora, afinal, de falar dele. De tirar o chapéu e admitir: é um mundo que anda em estado de graça. E que, no Brasil, tem conquistado excelência em ritmo acelerado, diversificando-se e organizando-se para reivindicar seu espaço de direito.

As provas desse voo fabuloso saem do prelo a todo instante, em livros cada vez mais caprichados graficamente. Coroando-o, uma publicação para adultos: o catálogo Ilustradores SIB: literatura infantil e juvenil, recém-publicado, que reúne amostras da obra de 40 ilustradores brasileiros. E que, assim, deixa explícita a principal característica do campo: a diversidade.

Afinal, do guache ao traço digital, a ilustração contemporânea lança mão de diferentes recursos não à toa, a expressão técnica mista é das mais corriqueiras. Também não faz cerimônia com relação a faixas etárias, estilos, referências alhures. Vejamos no catálogo, onde coabitam, lado a lado, nomes como o veterano Rui de Oliveira, com seu traço tão característico, e jovens como Laura Teixeira e Daniel Diaz, entre outros.

Outra característica marcante, corporificada na própria publicação do catálogo, é a consciência do papel da ilustração no universo dos títulos infantis e juvenis. A noção de que, muito mais do que de ilustradores, estamos falando de autores: uma turma que pensa não apenas a imagem que acompanha o texto, mas também o formato do livro como um todo ou, como eles chamam, o livro-objeto.

O designer Renato Alarcão, um dos mais festejados do momento, resume o quadro:

A ilustração de infanto-juvenis vai muito bem, obrigada. Há, no Brasil, artistas excepcionais, com qualidade que não fica a dever a nenhum país do exterior. E há, também, claro, mais ilustradores do que havia no passado. Estamos vivendo um boom.