JB Online
RIO - O escritor francês Jean Marie Le Clézio, vencedor do prêmio Nobel de Literatura deste ano, afirmou que os livros, apesar de tudo, continuarão existindo. A declaração foi feita neste domingo, na coletiva de imprensa que antecede a premiação, na Academia Sueca.
- A literatura é uma via completa, difícil, mas que eu creio ainda mais necessária hoje do que na época de Byron ou Victor Hugo - disse ele, acrescentando que os escritores são os responsáveis por velar as línguas, e que estas são os inventos mais esplendorosos da humanidade.
Apesar disso, ele não é exatamente otimista com relação ao poder do seu ofício:
- Há muito os escritores deixaram de ter a arrogância de que podem mudar o mundo ou de que seus trabalhos criem modelos de vida melhores.
Le Clézio, que tem 68 anos, promoveu também uma cena singela - ou irônica - ao dedicar o prêmio a Elvira, uma desconhecida que lhe contava histórias na época em que ele morou no Paramá.
E há um brasileiro na lista dos autores que influenciaram o mais novo Nobel: ele citou, ao lado de William Faulkner, Jean-Jacques Rousseau e James Joyce, o fluminense Euclides da Cunha.
A cerimônia de entrega do Nobel será nesta quarta-feira.