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D2: 'Fumo maconha todos os dias e nunca vou deixar de fumar'

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Luiz Felipe Reis, Jornal do Brasil

RIO - Marcelo Maldonado Gomes Peixoto sabe que caminhou pela contramão durante boa parte dos seus 41 anos. E tem a certeza de que as suas muitas confusões com a Justiça, passagens pela polícia, prisão, ameaças de morte e brigas não lhe renderam nada mais que uma dezena de cicatrizes pelo corpo, uma facada nas costas, 260 pontos na perna e o olhar de reprovação e susto do primogênito ao vê-lo todo arrebentado no leito de um hospital público, após uma briga com 18 seguranças num show na Fundição Progresso, há mais ou menos 15 anos.

- Posso até ser fruto dessa loucura toda, mas sei que não é preciso tanto. Era uma vida completamente infeliz. Puxei o freio de mão quando tive meus filhos.

Ele percebeu que os papéis estavam invertidos. Era o pai quem tinha de cuidar da prole - e não o contrário. Então começou 'a fazer as coisas certas'.

- Falo isso em relação ao que acho digno hoje, já que os valores são mautáveise há 50 anos seria impossível um cara cheio de tattoo poder definir o que é ou não correto numa entrevista para um jornal.

Como um mutante

Em relação às tatuagens, o rapper mal sabe quntas ostenta ao longo dos seus 1,70 m de altura. Tem o escudo do Flamengo, uma cruz sobre o escrito Zona Norte e o nome dos seus quatro filhos cravados em diferentes regiões do corpo. Luca 7, está grafado em seus dedos da mão esquerda; a caçula Maria Joana, 4, mereceu uma grande intervenção acima do peitoral, assim como Stephan, 17. E Lourdes, 8, ganhou contornos em seu antebraço direito. Além dessas, D2 tem a certeza que muitas mais virão. É um sujeito mutante.Embora na essência, continue a mesma.

O rapper mais bem-sucedido do país, com cerca de 1,5 milhão de discos vendidos, teve seus hábitos amansados pela idade, é verdade, mas ainda é falastrão, marrento e gerador de polêmicas. Das boas.

- Fumo maconha todos os dias e nunca vou deixar de fumar e nem escrever sobre isso.

D2 manda na lata. Acredita que o caos do tráfico, gerado em conseqüência do consumo da droga, seria resolvido com a descriminalização.

- Droga não é assunto de polícia. É uma questão de saúde pública. A maconha, por exemplo, é uma planta, sempre esteve aqui. É coisa de Deus.

Leia a íntegra da entrevista com Marcelo D2 na Revista Domingo de hoje