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O lado B de Valentino no mundo do cinema

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Carlos Helí de Almeida, JB Online

RIO - Valentino Garavani entrou para o mundo da moda inspirado pelas estrelas de filmes dos anos 40 e 50, como a platinada Lana Turner. Ao surgir como estrela do documentário Valentino: the last emperor, uma das atrações especiais da mostra paralela Horizontes do Festival de Veneza, exibido na quinta-feira, o estilista italiano de 76 anos fecha o círculo de relacionamento com o cinema. O filme dirigido por Matt Tyrnauer, ex-correspondente da revista Vogue, oferece um vislumbre sobre a vida profissional e afetiva do artista, que se aposentou em 2007, dois meses depois de comemorar seus 45 anos no ramo.

Fiquei preocupado quando soube que nosso filme iria passar aqui em Veneza. É um documentário pequeno e estaria passando num festival grande e glamouroso, que este ano está homenageando (com um Leão de Ouro especial, pelo conjunto da carreira) um diretor de prestígio como o Ermanno Olmi confessou Valentino, ao lado do companheiro e empresário Giancarlo Giammetti e do diretor Matt Tyrnauer. Mas a emoção de vê-lo aqui foi muito forte, e logo percebi que ele se encaixava perfeitamente num ambiente glamouroso como Veneza.

Julia Roberts, a favorita

Filmado entre junho de 2005 e julho de 2007, momentos antes de o estilista anunciar a sua saída de cena, The last emperor penetra na intimidade do estilista que vestiu estrelas de cinema (Gwyneth Paltrow, Elizabeth Taylor, Sarah Jessica Parker) e figuras do jet set internacional (Jackeline Kennedy). Tyrnauer e sua pequena equipe tiveram acesso ao ateliê de Valentino e aos bastidores dos desfiles. Também estiveram presentes nos momentos de irritação com sua equipe e durante pequenas rusgas com Giammeti, que o ajudou a construir um império bilionário.

O filme mostra exatamente como sou. Não me importei com a presença da câmera, me comportei como se ela não estivesse ali disse o sempre bronzeado estilista. É claro que em alguns momentos eu parecia irritado, mas sou eu inteiro ali. Lamento se deixei a impressão de que estou atuando.

O rei da costura foi categórico quando instado a revelar qual a sua favorita entre as tantas mulheres que usaram suas criações:

Já vesti muitas mulheres bonitas e elegantes, mas, para ser sincero, a pessoa que mais me fez feliz, até porque escolheu um modelo vintage, foi (a atriz) Julia Roberts, quando usou um vestido meu na cerimônia do Oscar que a premiou com Erin Brockovich (2001). Não estava na festa, vi pela TV, mas fiquei animado e orgulhoso quando ela apareceu para levar o prêmio.