Agência AFP
CANNES - Criada em 1955, a Palma de Ouro do Festival de Cannes, um dos mais prestigiados prêmios do cinema mundial, mudou de aspecto diversas vezes ao longo de sua história e, inclusive, chegou a ficar desaparecida por dez anos, mas é uma jóia de ouro autêntico.
O Festival de Cannes nasceu em 1946, mas foi preciso esperar até 1955 para que a criação da Palma materializasse o principal prêmio do evento, "como em seu competidor, o Festival de Veneza, já havia feito com o Leão de Ouro", explica Gilles Jacob, presidente do Festival.
"Antes, o Festival concedia um ''Grande Prêmio'' com um quadro de artista como presente", conta Michel Pascal, jornalista e autor de um livro sobre a história do Festival.
O filme "Marty", do americano Delbert Mann, foi o primeiro a receber a Palma, concedida por um júri presidido pelo escritor e cineasta francês Marcel Pagnol.
Em 1964, a Palma deixou de ser entregue e novamente foi adotado um "Grande Prêmio", que durou até 1975. As explicações sobre essas mudanças são divergentes.
- A escolha da Palma se impôs pela referência ao escudo da cidade e a suas palmeiras, mas, sem dúvida, também às palmas honorárias da antigüidade - afirma Pierre Billard, crítico e historiador de cinema.
A jóia original foi desenhada pela parisiense Lucienne Lazon. Seu pedestal, que incluía uma pequena mão que sustentava a palma, seria obra do poeta Jean Cocteau, que presidiu o júri do Festival em 1954, afirma Michel Pascal.
Porém, sua representação evoluiu, como é possível observar numa exposição em Cannes. O ramo da palma já teve entre 19 e 25 folhas. Seu pedestal já foi uma pedra e uma pirâmide de cristal, antes de assumir a forma atual de esmeralda.
Originalmente de ouro maciço, a palma se viu durante algum tempo degradada ao nível de metal chapado de ouro, mas depois recuperou sua condição original de metal precioso.
A jóia está avaliada atualmente em 20.000 euros (quase 22.000 dólares), segundo o fabricante suíço que a produz.