Jaime Gonçalves Filho, Agência JB
RIO - Estava tudo lá. O figurino clássico, a iluminação 'natalina' remetendo ao que de mais brega tinham os anos 70, a sonoridade do rock progressivo aqui e ao pop britânico ali, entre outros pontos. Sem dificuldade, o vocalista e tecladista Brandon Flowers comandou, à frente da banda The Killers, talvez o melhor show da 5ª edição do Tim Festival.
Maestro competente, Flowers literalmente regeu a platéia, de aproximadamente 4 mil vozes, a seu bel prazer. Os fãs se comportavam quase que como um coral coreografado, com direito a mãozinhas para cima e repetições de "Ohhh, Ohhh". Isso tudo, sem que o líder, elegante com uma blusa branca de manga comprida e colete e calça pretos, se descuidasse de suas funções primeiras no palco.
Quem se deslocou até a Marina da Glória para ouvir o grupo de Las Vegas, em sua primeira apresentação no Rio de Janeiro, não se arrependeu. Estavam no repertório Somebody Told Me, When You Were Young e Read My Mind, todas cantadas a plenos pulmões pelo público.
Apesar da banda não ter permitido que fotógrafos da mídia carioca fizessem seu trabalho, The Killers conquistou o público em quase uma hora e meia de apresentação.
O advogado Rafael Machado, de 25 anos, fã de primeira hora da banda norte-americana diz ter curtido o show, mas achado curto demais. Machado reclamou ainda que, de onde estava, não conseguia ouvir o som da guitarra. Mesmo assim, afirmou que a apresentação valeu o ingresso. A jornalista Vanessa Oliveira também diz ter ficado empolgada com o grupo.
- O mais bacana é que as pessoas sabiam todas as letras e cantavam tudo. É legal ver que o público está na mesma energia da banda. Gostei muito.
Se por um lado, Brandon Flowers lembrava Ian Anderson, do Jethro Tull, em outros momentos comportáva-se no palco como o espevitado Billie Joe Armstrong, do Green Day, subindo onde fosse possível, fazendo malabares com o pedestal e correndo de um canto ao outro.