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DARFUR - A atriz Mia Farrow e outros ativistas iniciaram um revezamento de tocha em estilo olímpico passando por países que sofreram genocídios.
O objetivo é pressionar a China para ajudar a pôr fim aos abusos na região de Darfur, no Sudão, aliado da China.
Farrow, que é embaixadora da boa vontade do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e crítica ferrenha dos abusos no Sudão ocidental, acendeu uma tocha no Chade, na fronteira com o Sudão, quase exatamente um ano antes do início previsto dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 8 de agosto de 2008.
- Esta chama representa e homenageia todos os que morreram e os que ainda sofrem - disse a atriz, segurando a tocha simbólica no campo de refugiados de Oure Cassoni, a 5 quilômetros da fronteira do Chade com o Sudão.
A atriz encerrou a cerimônia simbolicamente conduzindo um menino refugiado para a distância, ainda carregando a tocha ao alto, entre aplausos de outros ativistas.
Ativistas dos direitos humanos acusam o governo do presidente sudanês Omar Hassan al Bashir de apoiar os abusos cometidos por suas forças armadas e as milícias árabes "janjaweed" e acusam a China, a mais poderosa aliada do Sudão e maior compradora do petróleo sudanês, de proteger Cartum contra a ação internacional.
Washington qualifica a guerra de Darfur como genocídio. Especialistas internacionais estimam que 200 mil pessoas já morreram na região, embora o Sudão estime que foram apenas cerca de 9.000.
A China espera que as Olimpíadas destaquem seu poderio industrial e econômico crescente, e militantes que procuram pressionar Pequim pelas alegadas violações de direitos humanos cometidos pela China e seus aliados vêem as Olimpíadas como oportunidade para divulgar sua causa.
A tocha da campanha Sonho por Darfur está prevista para passar por locais onde ocorreram genocídios em Ruanda, Armênia, Bósnia, Alemanha e Camboja, além de passar por quase 25 cidades espalhadas pelos Estados Unidos, antes do início dos Jogos Olímpicos de 2008.