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NOVA YORK - O relato hipotético de O.J. Simpson sobre como ele teria matado a ex-mulher Nicole Brown Simpson será publicado por uma editora nova-iorquina, disse nesta segunda-feira, dia 13, um representante da agente literária Sharlene Martin.
Martin fechou contrato sobre o controverso livro, que tinha sido rejeitado no ano passado, em nome da família de Ron Goldman, amigo de Brown Simpson que foi morto com ela em 1994, em Los Angeles, segundo o representante.
No mês passado, um juiz federal entregou os direitos sobre o livro, intitulado "If I Did It" ("Se Fui Eu"), à família de Goldman, a quem Simpson foi condenado a pagar 33,5 milhões de dólares em indenização.
O.J. Simpson foi inocentado da acusação de homicídio em 1995, mas foi condenado numa ação civil movida pelas famílias das vítimas dois anos depois. O ex-jogador de futebol americano jurou que jamais pagaria a indenização às famílias.
O nome da editora que publicará o livro deve ser anunciado na terça-feira, afirmou o representante de Martin.
- A família (Goldman) e a editora prometeram manter intacto o original de Simpson, mas vão acrescentar comentários importantes - disse Michael Wright, o representante da agente, num comunicado.
A família Goldman, a editora e Martin vão entregar parte da renda à Fundação Ron Goldman, disse Wright. Simpson não receberá nada. A editora HarperCollins chegou a imprimir 400 mil exemplares do livro, mas desistiu da publicação em novembro, depois da indignação pública contra a obra. O magnata Robert Murdoch, dono da editora, pediu desculpas e todas as cópias foram destruídas.
Parentes da ex-mulher de Simpson não tinham reclamado direitos sobre o livro, mas fizeram uma requisição de última hora pedindo até 40 por cento da renda do livro. A Justiça negou. Mas o acordo fechado no mês passado exige que os Goldman entreguem a um fundo judicial 10 por cento dos primeiros 4 milhões de dólares em renda bruta, e uma porcentagem de toda a renda posterior. A família Brown ficará com a maior parte desse dinheiro.
Numa entrevista no mês passado para o site Market News First, Simpson disse que o livro foi escrito por um 'ghost writer' e que ele concordou com relutância em incluir um relato sobre a noite do crime, desde que ficasse claro que se tratava de uma história hipotética.