Agência ANSA
VATICANO - A Biblioteca Vaticana ficará fechada, a partir do próximo sábado, durante três anos para que sejam feitos "restauros inadiáveis".
De nada adiantaram os protestos de cerca de 200 estudiosos de todo o mundo - que se organizam em fila desde as 7h da manhã para ocupar um dos 92 postos reservados a freqüentadores externos. O acervo guarda 8,3 mil incunábulos, mais de 1,6 milhão de livros impressos, 100 mil gravuras e 300 mil moedas e medalhas.
O fechamento foi divulgado em 27 de maio.
- Nos avisaram tarde demais - queixam-se os estudiosos - e, além disso, por que não nos deixam consultar os livros em outro lugar? Se vão colocar as obras em um depósito, porque não mantê-las em um local onde possamos ir?
Um deles especula:
- Talvez haja uma explicação. Há rumores de que querem digitalizar o material para impedir a consulta aos originais.
Ambroglio Piazzoni, vice-diretor da biblioteca, afirmou:
- Me dá um nó na garganta quando vejo a fila de pessoas que, desde as 7h da manhã, esperam para entrar na biblioteca. Ainda assim, as obras são muito urgentes: uma ala do palácio ameaça ruir. Compreendo que o fechamento é um problema, mas a segurança deve ser garantida.
- Para satisfazer as exigências dos pesquisadores - prosseguiu - não deixaremos de trabalhar durante estes três anos, reforçaremos o laboratório fotográfico, que prepara os microfilmes, prevendo que o número de solicitações aumentará. As obras não durarão mais que três anos; quanto a isso, os estudiosos podem ficar tranqüilos.