Agência EFE
PARIS - Um desfile inspirado nos aspectos mais opostos da natureza abriu hoje, com a estilista portuguesa Fátima Lopes, as coleções da Semana de Moda de Paris para o outono-inverno 2007-2008. Conhecida do público parisiense, a portuguesa Fátima Lopes transmitiu sua visão da feminilidade sob o prisma da natureza, de sua grande beleza e de suas mais ásperas dificuldades. Fenômenos naturais, ciclones e tempestades produziram amplos volumes e violentos drapeados em cinza, preto, violeta e outras cores semelhantes às de um céu fechado, como vermelho-fogo, ocres e tons de terra. A combinação de sedas, rendas e caxemira com texturas mais rígidas como tweed e veludo buscavam mostrar essa mesma dualidade.
Outros nomes do dia na agenda oficial são John Ribbe, Sakina M'Sa, Robert Normand, Mina Perhonen, Balmain, Es, Lie Sang Bong, Rick Owens, Bruno Pieters e Cosmic Wonder Light Source. Com eles, dezenas de modelos, centenas de jornalistas especializados e profissionais do setor devem passar por Paris das 9h30 às 22h30, sem contar as aparições em coquetéis, festas, jantares, inaugurações e outros eventos. Em Paris, também ganha força a reflexão lançada em 2006 em Madri sobre os desastrosos efeitos que a beleza 'idealizada' das passarelas pode provocar na saúde do cidadão médio.
A França espera para o fim de março o resultado de um primeiro relatório, encomendado pelo ministro da Saúde francês, Xavier Bertrand, que tem o objetivo de 'evitar que a moda e a publicidade transmitam promessas abusivas que possam levar a efeitos nocivos para a saúde individual e as condutas alimentares'. As primeiras propostas de medidas 'concretas e operacionais' devem surgir apenas no fim do ano. Em todo caso, a tendência em Paris, assim como em Londres, deve ser mais voltada para o compromisso voluntário, a sensibilização e a ação do que para normas.
Antes que uma nova imagem da mulher entre na moda, a excessiva magreza não será obstáculo para desfilar em Paris, ao contrário de Milão ou Madri. A Passarela Cibeles, na capital espanhola, foi a primeira a utilizar o índice de massa corporal (IMC) para propagar uma imagem de mulher saudável, que, além de se vestir, sabe aproveitar a vida e se alimentar corretamente.