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O pecado como chamariz de mídia

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Depois de quatro dias de badalação em torno da nata do cinema popular europeu, o Rendez-vous Avec Le Cinéma Français chega ao fim hoje, coroando uma produção ainda inédita, lá e no Brasil, como candidato nato ao sucesso e à consagração: “Grâce à Dieu”, de François Ozon, o filme que o Velho Mundo em peso anseia ver. O motivo: uma denúncia dos crimes de assédio cometidos por padres católicos. Seu próximo destino: brigar pelo Urso de Ouro no 69º Festival de Berlim (que ocorre de 7 a 17 de fevereiro).

Durante a maratona da Unifrance, nem Deus teve acesso a Ozon, por conta de toda a polêmica que cerca seu trabalho atual. Só os belgas, abençoados, tiveram caminhos abertos para chegar ao diretor parisiense, pois estes não vão participar das coletivas de imprensa na Berlinale. Prevista para estrear na França no dia 20, a produção, estrelada por Melvil Poupaud, Denis Ménochet e Swann Arlaud, acompanha o reencontro de três amigos que tiveram seu passado maculado pelo contato com padres abusadores da Igreja Católica. É uma história sobre crimes sexuais nos bastidores da fé.

“O cinema sobrevive de emoções e de provocações”, contou Ozon ao JB, durante o Festival Varilux, em 2018. “O tabu é a linguagem das convenções sociais. Filmo para desafiar tabus e expor as hipocrisias do nosso dia a dia”. 

* especial para o JB