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James Caan, poderoso na ribalta uma vez mais

Divulgação -
Aos 78, Caan brilha em filme sobre a cultura judaica
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Ao largo da festa de filmes franceses promovidas pelo Rendez-vous da Unifrance até segunda, Paris, em seu vasto perímetro cinéfilo, está nas mãos de “Vidro”, de M. Night Shyamalan, que estreou na quinta-feira, com fome de milhões, e de uma pequena produção franco-bela, mas falada em inglês, que resgatou uma lenda do limbo: James Caan. O eterno Sonny Corleone, o filho mais feroz de Marlon Brando em “O poderoso chefão” (1972), renasce das cinzas, aos 78 anos, após amargar décadas de ostracismos e papéis de coadjuvante ruins, como protagonista do comovente “Holy Lands”.

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Aos 78, Caan brilha em filme sobre a cultura judaica (Foto: Divulgação)

Trata-se de uma reflexão sobre responsabilidade, no universo judeu de Israel e de Nova York, filmada por uma escritora, Amanda Sthers, que se saiu bem, anteriormente, na direção de longas-metragens, ao pilotar a comédia “Madame” (2017), com Rossy De Palma. Em seu novo trabalho, ela põe Caan na pele de um cardiologista que, após perder a fé e o amor de sua mulher (Rosanna Arquette, em grande atuação), decide virar um criador de porcos. Na França, plateias caem no pranto com a atuação dele, aplaudindo-o nas sessões ao fim da projeção, mesmo sem ele estar fisicamente lá.

Na ativa desde 1961, Caan marcou seu nome nas telas encarnando um tipo de galã bruto. Foi indicado ao Oscar por seu desempenho como Sonny, firmando com Francis Ford Coppola uma parceria que vinha de “Caminhos mal traçados” (1968). Os dois voltariam a trabalhar juntos em “Jardins de pedra” (1987). Em 1975, Caan lotou cinemas, como herói, no cult “Rollerball – Gladiadores do futuro”, que faturou US$ 30 milhões nas bilheterias – cifras impressionantes para a época.

“Na década de 1970, a América tirou os olhos do próprio umbigo e foi aprender com a Europa o que era fazer um cinema preocupado com a condição humana, para revolucionar amarras políticas e morais. Nós, que atuamos naquela época, vivemos um período em que cada filme era uma tomada de posição ética, dos diretores e da gente. Daí a força dos filmes da dita Nova Hollywood”, disse Caan, ao JB, em uma de suas recentes (e quase invisíveis) passagens por Cannes, para divulgar o policial “Blood ties” (2013), nunca lançado aqui.

No fim de 2019, Caan voltará aos cinema em “Welcome to Pine Groove!”, ao lado de Ellen Burstyn e Ann-Margret.

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caan | cinema | JAM