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Todas as formas de amar e cantar

Com trilha de canções do hitmaker Lulu Santos, espetáculo é um musical dentro de outro

José Peres -
Em uma caixa de cena aberta, os atores descortinam as alegrias, dores e delícias do ofício de ator e as histórias paralelas de cada personagem em "Meu destino é ser star"
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Recheado com 40 canções de um dos maiores autores de sucesso da MPB, entra em cartaz amanhã, no Teatro Riachuelo, o musical “Meu destino é ser star, ao som de Lulu Santos”. A analogia com um ícone dos musicais (“Fama”) é inevitável: um grupo de jovens, que buscam realizar seus sonhos profissionais e conquistar um grande papel em suas carreiras, participa da montagem de um musical chamado “Toda forma de amor”, um dos maiores sucessos do compositor.

Assinado por Diego De Angeli, Leandro Muniz e Renato Rocha, o texto foi totalmente concebido a partir das letras de suas músicas. “A dramaturgia, a construção dos personagens e o conceito geral do espetáculo é este universo de amor e de sonhos tão presente na obra dele”, explica Renato, que também assina a direção-geral do musical.

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Em uma caixa de cena aberta, os atores descortinam as alegrias, dores e delícias do ofício de ator e as histórias paralelas de cada personagem em "Meu destino é ser star" (Foto: José Peres)

Além de mexer com emoções, o musical busca apresentar temas como conflitos internos, preconceitos, superação e sexualidade. “Artista não é vagabundo. Há muito trabalho duro envolvido. Não tem ninguém mamando em teta alguma. É preciso ressignificar a função do artista em nossa sociedade”, protesta o diretor.

A narrativa mostra tudo que envolve a construção de um espetáculo musical. Das audições de aspirantes ao elenco até detalhes da produção e direção. A cenografia é a mais crua possível: a caixa de cena do teatro totalmente desnudada. O único mobiliário são andaimes metálicos que simulam camarins. Além dos nove atores, um quarteto formado por Pedro Santos (piano), Juno Moraes (guitarra), Vini Lobo (baixo) e Diego Soares (bateria e DJ) executa sucessos como “Como uma onda”, “Um certo alguém”, “Sábado à noite”, “Tempos modernos”, “De repente, Califórnia” e “Toda forma de amor”.

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Marina Palha interpreta a mais competitiva integrante do elenco (Foto: José Peres)

“Foi uma seleção difícil. A obra de Lulu é muito vasta. Procuramos mexer o menos possível nos arranjos por serem músicas já enraizadas junto ao público. Queremos ver as pessoas cantando junto durante e até mesmo depois da apresentação”, comenta o diretor musical Zé Ricardo, que faz sua estreia no gênero - o produtor é conhecido por seu trabalho na curadoria do Palco Sunset das edições do Rock in Rio.

O compositor preferiu não acompanhar a fase de ensaios e ver o resultado apenas na estreia - uma de suas condições para ceder suas canções para o musical seria não haver menções à sua trajetória pessoal e artística.

No melhor estilo da metaliguagem, o musical dentro de um musical não se resume a descortinar os bastidores da indústria do entretenimento. A

trama vai misturar realidade e ficção em um dos seus atos. Na “Audição” - momento em que os aspirantes ao estrelato ou a uma oportunidade num musical se apresentam para o diretor, sempre haverá um novo talento participando de um teste ao vivo e diante do público.

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Myra Ruiz e Gabriel Falcão cantam em dueto "Singular" (Foto: José Peres)

Quem for selecionado, terá como prêmio participar do próximo musical da companhia. Os candidatos se inscreveram previamente, enviando e-mails para a produção do espetáculo. Um dos principais requisitos é o de nunca ter feito parte de um musical profissionalmente. Mais do que uma porta profissional se abrindo, esse processo promete muita adrenalina. E se na hora H der um branco no candidato? E se for aplaudido de pé? Tudo pode acontecer e o show não pode parar! 

Histórias paralelas se cruzam na trama

“Toda a forma de amor”, como diz a música do cantor, é o nome da peça dentro da peça que os atores pretendem montar na trama. Traz como fio condutor histórias paralelas que se cruzam na busca por um sonho, não sem muitos obstáculos pelo caminho e não sem a transparência necessária para falar das dificuldades na trajetória de um artista.

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O diretor Renato Rocha (ao centro) com elenco: o diretor também é um dos autores do espetáculo (Foto: José Peres)

Na proposta de metalinguagem, a direção do espetáculo optou em dar aos personagens os nomes reais dos atores. Desta forma, a atriz Myra Ruiz interpreta Myra, e assim por diante. Além dela - protagonista de “Wicked” - os outros atores acumulam passagens por importantes espetáculos do gênero, como Mateus Ribeiro (protagonista de “Peter Pan”, cuja performance lhe rendeu o Prêmio Reverência, como melhor ator), Gabriel Falcão (“Les misérables”), Helga Nemetik (“Chaplin”), Victor Maia (“60! Década de Arromba”), Carol Botelho (“Peter Pan”), Marina Palha (“S’imbora – A história de Wilson Simonal”), Ana Elisa Schumacher (“Chacrinha”) e Leonardo Senna (“Ayrton Senna”).

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Atriz e cantora, Jéssica Ellen faz a sua estreia em musicais (Foto: José Peres)

Abraçada pelo elenco

No meio de tantos artistas tarimbados em musicais, está Jéssica Ellen, que tem seu primeiro papel nesse tipo de espetáculo - sorte para o público que terá a chance de conhecer uma atriz e cantora com voz potente e boa presença de palco.

“O nervosismo que deveria sentir nessa situação deixou de existir, pois fui abraçada por todo o elenco e equipes de direção e produção”, testemunha a atriz que, na trama, é uma das pontas do triângulo amoroso envolvendo ainda Myra e Gabriel.

Numa história que busca desmistificar preconceitos sobre todas as formas de amor, um novo triângulo se forma, desta vez sob a forma de um relacionamento aberto entre os personagens Mateus, Vitor e Carol que, após muitas dúvidas e relutâncias, acabam formam um trisal ao longo da trama. Esta última ainda se vê às voltas com a rejeição do pai, Leo, ao seu sonho de ser uma estrela. 

Com bastante profissionalismo, a diretora Helga (vivida por Helga Nemetik) é a personagem que precisa lidar com todos esses conflitos para garantir que “Toda forma de amor” estreie e seja um sucesso.

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Victor: desafio de atuar e coreografar os colegas em cena (Foto: José Peres)

Responsável pela coreografia do espetáculo, Victor Maia também atua na peça interpretando Victor, o coreógrafo de “Toda forma de amor”. “Não posso negar que coreografar o espetáculo como um todo e ter de atuar foi uma tarefa bem complicada. Precisava estar atento à minha performance e na do resto do elenco. Nada disso seria possível sem a minha assistente Natasha (Gaspar), que foram meus olhos, meus braços, minhas pernas, enfim, foi eu ali fora”, conta o ator e coerógrafo, que já atuou em “Ou tudo ou nada”, “Simbora – A história de Wilson Simonal”; “Quase normal”, “Alô Dolly!” e “A aurora da minha vida – Um musical brasileiro”.

Outra novidade dessa montagem será a participação de Diego Montez (“A noviça rebelde”), um ator fora do palco, que será o host do espetáculo, atuando nas redes sociais e mídias digitais, transitando e costurando o conteúdo do espetáculo online.

Os figurinos têm a assinatura de Bruno Perlatto, que optou pelo colorido das roupas de ginástica muito populares nos anos 1980, época em que Lulu Santos começou a despontar como um ídolo pop. “A carreira dele tem muitas fases. Optamos por essas peças que fazem parte do dia a dia dos atores no ensaio, guardando relação com o realismo da montagem”, explica.

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Serviço

MEU DESTINO É SER STAR Teatro Riachuelo Rio (Rua do Passeio, 38 – Tel: 3554-2934)

De amanhã a 24 de fevereiro – Sex. e sáb, às 20h; Dom, às 18h

Sextas - plateia VIP (R$ 110 e R$ 55), plateia (R$ 90 e R$ 45), balcão nobre (R$ 70 e R$ 35,00), balcão (R$ 40 e R$ 20);

Sábados - plateia VIP (R$ 150 e R$ 75), plateia (R$ 130 e R$ 65), balcão nobre (R$ 110 e R$ 55), balcão (R$ 50 e R$ 25);

Domingos - plateia VIP (R$ 140 e R$ 70), plateia (R$ 120 e R$ 60), balcão nobre (R$ 90 e R$ 45), balcão (R$ 50 e R$ 25) – OBS: Na semana de estreia, o valor do ingresso terá desconto de 50%

José Peres - Atriz e cantora, Jéssica Ellen faz a sua estreia em musicais
José Peres - Victor: desafio de atuar e coreografar os colegas em cena
José Peres - O diretor Renato Rocha (ao centro) com elenco: o diretor também é um dos autores do espetáculo
José Peres - Marina Palha interpreta a mais competitiva integrante do elenco
José Peres - Myra Ruiz e Gabriel Falcão cantam em dueto "Singular"