ASSINE
search button

Berlinale exibe minissérie em duas partes sobre Brecht

Divulgação -
Adele Neuhauser e Burghart Klaußner em "Brecht". A obra altamente engajada do autor foi voz ativa contra a ascenção dos regimes totalitários na Europa
Compartilhar

Bastidores da luta do dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht (1898-1956) contra as convenções dos palcos e contra a intolerância política da Europa vai ser condensada em uma minissérie de dois episódios, estimados em cerca de uma hora e meia, de uma produção que promete ser um dos mais concorridos produtos audiovisuais germânicos de 2019, com vitrine nobre pra estrear: o 69º Festival de Berlim (7 a 17 de fevereiro).

De carona no sucesso mundial de “O jovem Karl Marx” (2017), a produtora Filmstiftung Nordrhein-Westfalen, da Alemanha, deu ao diretor Heinrich Breloer recursos para tirar do papel pesquisas e entrevistas feitas por ele ao longo de quase duas décadas de estudo sobre o autor de “Santa Joana dos Matadouros” (1929). Burghart Klaußner (de “A fita branca”) vive o autor em sua idade adulta, entre 1930 até sua morte, em meio a seu casamento com a atriz Hele Weigel, vivida por Adele Neuhauser.

Macaque in the trees
Adele Neuhauser e Burghart Klaußner em "Brecht". A obra altamente engajada do autor foi voz ativa contra a ascenção dos regimes totalitários na Europa (Foto: Divulgação)

O galã berlinense Tom Schilling encarna Brecht entre 1916 e 1933, na formação de seu pensamento político. A premiada atriz escandinava Trine Dyrholm (de A Comunidade) integra o elenco central vivendo a fotógrafa e escritora Ruth Berlau.

Nesta segunda, a Berlinale anuncia mais atrações, ligadas às seções paralelas Fórum, Panorama e Geração, nas quais se espera a presença do Brasil: especula-se que “Amor divino”, de Gabriel Mascaro, e “Turma da Mônica: Laços”, de Daniel Rezende, possam passar pelas telonas do festival alemão, que terá a atriz francesa Juliette Binoche como presidenta do júri do Urso de Ouro.

Realizadores como consagrados como Fatih Akin e François Ozon estão no páreo do prêmio com seus longas inéditos (“The golden glove” e “Grâce à Dieu”), assim como “The kindness of strangers”, da dinamarquesa Lone Scherfig, que abre o evento. Especula-se que produções inéditas de mestres do naipe de Brian De Palma (“Dominó”) e Terrence Malick (“Radegund”) ficarão prontas a tempo de concorrer em Berlim.

*Roteirista e crítico de cinema

Tags:

bertold | cinema | poeta