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Fragilidades do ser humano: confira crítica de 'Intimidade entre estranhos'

Divulgação -
Os solitários e a sua inusitada relação
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É sobre intimidade, a vida como uma montanha-russa, problemas do cotidiano, felicidade, carências, decepção, afeto, abandono, remédios, dor, vazio existencial, depressão, futebol, traição, suicídio, música, alcoolismo, balada, luto, sucesso, válvulas de escapes, busca por uma companhia, necessidade de conexões, carinho, deslizes e acertos entre estranhos. Sobre tudo isso e um pouco mais é o brilhante e tocante novo filme de José Alvarenga Jr. (que tem uma carreira televisiva associada a comédia) e aqui ousa sair de sua zona de conforto.

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Os solitários e a sua inusitada relação (Foto: Divulgação)

“Intimidade entre estranhos” é um retrato da geração atual, com suas angústias e esperanças. Baseado na canção homônima de Frejat e Leoni, o filme traz um triângulo amoroso formado por Maria (Rafaela Mandelli, de “O négócio”), que volta para o Rio de Janeiro para acompanhar o namorado, Pedro (Milhem Cortaz), que conseguiu sua grande chance como ator numa novela bíblica. No prédio novo, bate de frente com Horácio (Gabriel Contente), jovem mimado que herdou o prédio da avó. Sendo eles os únicos moradores, cada um com sua solidão, os dois desenvolvem uma inusitada relação.

Alvarenga usa com muita habilidade o roteiro coescrito com Matheus Souza (um especialista em filmes independentes), valoriza as poucas locações (praticamente o edifício) e aposta no seu trunfo: o elenco (que se desconstrói na produção). Milhem Cortaz, um dos melhores atores do país, tem um personagem repleto de complexidade onde pode usar todo seu potencial. A fotografia expressa bem a solidão e o diretor prova que não é preciso ser nenhuma superprodução para realizar um filme memorável.

*Assistente de direção e jornalista

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INTIMIDADE ENTRE ESTRANHOS: *** (Bom)

Cotações: o Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom