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Marrakech: Drama sobre prostituição vence festival

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Laureada com o prêmio de melhor filme de ficção no Festival de Londres, há dois meses, “Joy”, da diretora austríaca de origem iraniana Sudabeh Mortezai, provou que seu poder de fogo não se limita ao gosto dos ingleses: neste sábado, o longa-metragem conquistou a Estrela de Ouro em Marrakech.

O troféu, entregue à cineasta por um júri presidido pelo realizador americano James Gray (de “Z - A Cidade Perdida”), é a láurea mais cobiçada do festival marroquino - uma das mostras mais badaladas da África. Sudabeh narra o conflito de uma garota de programa nigeriana, Joy (Joy Anwulika Alphonsus), em Viena, diante da tarefa de “treinar” uma moça mais jovem para as manhas da prostituição.

Gray e seus jurados concederam um prêmio especial para a diretora mexicana Lila Avilés pelo drama de tons sociológicos “La camarista”, sobre o cotidianos de uma faxineira. Já o troféu de melhor direção foi dado a um documentarista sérvio, Ognjen Glavonic, por sua estreia na ficção, com o frenético thriller de ação “A carga” (“Teret”). A trama escrita por Glavonic narra os perigos desafiados por um caminhoneiro em meio aos últimos dias da guerra que atomizou a Iugoslávia, nos anos 1990.

Coube à alemã Aenne Schwarz receber o prêmio de melhor atriz por sua luminosa interpretação em “All is good”, sobre uma jovem em fase de reeducação afetiva e sexual em meio a seu empenho de reformar uma casa. Já a estatueta de melhor ator foi para Nidhal Saadi, por “Regarde moi”, drama tunisiano sobre um imigrante africano na França às voltas com um filho autista.

Antes da premiação, Marrakech assistiu ao libanês “Cafarnaum”, de Nadine Labaki, indicado ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.

*Roteirista e crítico de cinema