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Itaú devolve 4 obras à Biblioteca Nacional

Fotos de divulgação -
Foram recuperados três desenhos amazônicos e uma litogravura do acervo. Como essa imagem
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A Biblioteca Nacional (BN) recuperou, ontem, quatro obras que haviam sido furtadas de seu acervo em 2004. Elas foram localizadas na coleção Itaú Cultural e foram identificadas por intermédio de uma perícia feita por técnicos e bibliotecários. O Itaú Cultural assinou um convênio com a Biblioteca em abril passado, comprometendo-se a restituir à instituição obras de sua coleção sob suspeita de terem sido roubadas da BN.

Ao todo, foram examinadas 102 obras em três lotes. Chegou-se à conclusão que, ao menos, três desenhos de Keller–Leuzinger e uma litogravura de Buvelot & Moreau pertenciam ao acervo da Biblioteca. Outras 32 peças não eram BN. Os 66 itens restantes tiveram laudo inconclusivo, pois foram manipuladas, lavadas ou recoloridas, e vão passar por novas análises.

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Foram recuperados três desenhos amazônicos e uma litogravura do acervo. Como essa imagem (Foto: Fotos de divulgação)

O perito Joaquim Marçal, que comandou o trabalho, afirmou que foi mais fácil identificar os desenhos “Cena de pesca após tempestade”, “Manaus” e “Rio Moju”, porque são obras únicas, sobre cuja aquisição a BN tem farta documentação. “Já a litogravura foi refilada”, explica Joaquim. Ela era monocromática quando a BN a comprou, mas foi raspada e colorida há pouco anos, após o furto. Colorida com lápis de cor, numa técnica muito diferente do que se usava no século 19. Usando uma luz especial, os técnicos conseguiram localizar o número do cofre onde ela era guardada.

No início do ano, Laéssio Oliveira, que na ocasião estava num presídio no Rio, enviou cartas a várias pessoas e instituições confessando que as gravuras do alemão Emil Bausch da coleção do Itaú Cultural tinham sido roubadas por ele e vendidas ao colecionador Ruy Souza e Silva que, por sua vez, as vendera ao Itaú. A repercussão levou o Itaú a encaminhar as obras para a perícia da Biblioteca Nacional, que confirmou serem de seu acervo, e as recuperou. Foi a partir desse episódio, que assinaram o acordo.

A Biblioteca Nacional sofreu dois grandes roubos, em 2004 e 2005, sob a presidência de Pedro Corrêa do Lago, também curador da coleção Itaú. A Policia Federal instalou inquérito, já ouviu Laéssio e o diretor do Itaú Cultural e, na próxima semana, deve interrogar Ruy Souza e Silva e Pedro Corrêa do Lago.