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Comes & Bebes: Cardápio centenário ao estilo alemão

Divulgação -
O Frango à Kiev, com arroz à piamontese e batata noisette são dois dos pratos mais tradicionais
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Existe um lugar onde a história do Rio está preservada da caligrafia aos pratos do cardápio. Fundada em 1913, a Casa Urich sobreviveu, com excelente gastronomia e pratos históricos, como o kassler e o filé alemão, às transformações urbanas e reviravoltas políticas do Centro do Rio. Localizada em um endereço estratégico, a 220 metros do Paço Imperial e do Palácio Tiradentes, distância percorrida durante quatro minutos a pé, tem um cardápio protegido por decreto pelos clientes. O tradicional Frango à Kiev, por exemplo, não pode sair. Virou patrimônio.

Macaque in the trees
O Frango à Kiev, com arroz à piamontese e batata noisette são dois dos pratos mais tradicionais (Foto: Divulgação)

“Preservamos muitos pratos que existem desde a fundação. O filé alemão tem uma história bacana. Ele voltou por causa de um habitué, que lembrou a receita, uma das preferidas do pai dele. Já tiramos o Frango à Kiev do cardápio e precisamos voltar com ele. Foram muitas reclamações. Todo mundo é cobrado para inovar, enquanto nós somos pressionados a não mudar nada”,conta, bem-humorada, a atual dona, Marisa Oreiro.

Preparada com temperos especiais da casa, a iguaria fica de molho por 24 horas e é servida à milanesa com purê de batata e queijo (R$ 53) às terças-feiras. O kassler, a costeleta defumada, com salada de batata e chucrute (R$ 51,50), é o grande orgulho de Marisa.

“É nosso best-seller. O campeão de vendas, nosso prato mais famoso, apontado pelas pessoas como o melhor do Brasil. Não mexemos nesses pratos, apenas inovamos nos acompanhamentos”, conta Marisa, orgulhosa da repercussão do prato.

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O kassler, costeleta defumada, com salada de batata e chucrute (Foto: Divulgação)

O endereço centenário, fundado pelo alemão Edmund Urich, também tem o charme do Rio Antigo. No comando do restaurante há 26 anos, os irmãos Orlando e Marisa Oreiro cultivam o sabor da cozinha típica germânica, com influência da gastronomia internacional. No salão, os atuais frequentadores relembram o tempo da infância, já que o hábito de almoçar na Casa Urich passou por gerações. No salão, paredes de azulejos brancos originais, mobiliário da fundação totalmente preservado e garçons com os trajes à moda antiga.

“Antes, o restaurante não abria à noite. Hoje temos um dos mais concorridos happy hours do Centro do Rio e, pensando nele, fizemos adaptações no cardápio, com petiscos e cervejas artesanais. Nas bebidas, temos toda a liberdade de mexer e inovar. Nos pratos, é mais difícil. Por exemplo, o purê de batata e queijo não existia, mas o kassler permanece o mesmo. Quando compramos o restaurante, só mudei o fornecedor da carne. Fazemos questão de ter o melhor”, orgulha-se Marisa.

No cardápio da Urich, os vizinhos europeus convivem em intensa harmonia, em um flerte com a gastronomia internacional. Às quintas, tem Frango à Kiev, de origem russa e ucraniana, que sai acompanhado de arroz à Piamontese e batata noisettes (R$ 42). Às sextas, a Paella à Valenciana (R$ 66) é a representante da Espanha, país dos ancestrais dos irmão Oreiro. Outros sucessos são os clássicos da cozinha alemã Eisbein, joelho de porco com batatas sauté e legumes cozidos (R$ 69), e Schnitzel, fatia de lombo batido à milanesa, carro-chefe da gastronomia alemã muito pedida pelos clientes do restaurante, com salada de batatas (R$ 38). Outras versões do kassler também são sucesso, como o defumado à mineira (R$ 51,50) ou o aperitivo (R$ 36), sucesso no happy hour, que chega a receber cerca de 500 pessoas numa sexta-feira. Para sobremesa, a sugestão é o apfelstrudel com sorvete (R$ 23). Sabor que sobrevive a décadas.

Divulgação - O kassler, costeleta defumada, com salada de batata e chucrute