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Festival do Rio: Dos acordes de Clementina

Divulgação -
Dos acordes de Clementina
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Descoberta pelo mundo do samba só no início dos anos 1960, quando era já sexagenária, com uma voz capaz de encantar jongos como “Benguelê”, Clementina de Jesus (1901-1987) terá sua trajetória de glórias revisitada esta noite, sob o lúdico (e formalmente rigoroso) olhar da cineasta Ana Rieper, na abertura da seleção competitiva da Première Brasil 2018. Concentrada desta vez no Estação NET Gávea, a mostra de filmes nacionais em disputa pelo troféu Redentor é a menina dos olhos do Festival do Rio e, desta vez, chega vitaminada a 84 olhares – alguns são fabulares, outros, documentais -sobre as formas de se (sobre)viver no país: são 64 longas e 20 curtas-metragens. “Clementina” abre a briga por prêmios, em sessão às 19h, em programa duplo com o curta “Mais triste que chuva num recreio de colégio”, de Lobo Mauro, que revê a obra superfaturada do Maracanã para a Copa de 2014.

Macaque in the trees
Dos acordes de Clementina (Foto: Divulgação)

Ainda nesse primeiro dia de filmes em concurso, a ficção nacional entra em campo revivendo angústias dos dias de anistia no Brasil de 1980 com “Deslembro”, de Flávia Castro, drama que arrancou lágrimas em sua passagem pelo Festival de Veneza. Realizadora do documentário “Diário de uma busca” (2010), Flavia põe o real como coadjuvante e revisita memórias dos momentos finais da ditadura brasileira na trama sobre uma família de exilados que volta ao Rio de Janeiro. O regresso é doloroso para a jovem Joana (Jeanne Boudier), adolescente que deixa Paris para recomeçar sua vida em solo carioca. Sara Antunes, a mãe, tem uma atuação preciosa. Antes de “Deslembro”, será exibido o curta “À tona”, de Daniella Cronemberger.

Em paralelo à peleja oficial pela Redentor, há uma outra seleção com direito a prêmios na Première: a mostra Novos Rumos, voltadas para jovens realizadores com experimentos narrativos. O candidato do dia desta seção é “Sócrates”, de Alex Moratto, sobre dilemas de um órfão diante do racismo e da homofobia. A projeção é às 20h15. Além da competição, a Première reúne filmes hors-concours e uma mostra de retratos de artistas. O primeiro deles vai ser exibido às 18h: “Marcia Haydée”, de Daniela Kallmann: sobre o mito nacional da dança.

www.festivaldorio.com.br