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'Four on six' e 'Nicas dream' estão no repertório que o guitarrista Marcos Amorim toca em tributo a Wes Montgomery, no Blue Note

Reprodução -
Montgomery (1923-1968) fundou estilo de guitarra mais seguido por jazzistas
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Maior definidor de estilo e timbre na guitarra de jazz, o americano Wes Montgomery (1923-1968) ganha hoje tributo o guitarrista Marcos Amorim, no Blue Note Rio, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Carioca, de 54 anos, Amorim teve o americano como uma influência crescente ao longo da carreira, incluindo coincidências, como o fato de também tocar sem palheta. “Minha técnica de dedilhado é mais inspirada na do Hélio Delmiro, até porque antigamente a gente ouvia, mas não sabia tanto como cada um tocava”, lembra, referindo-se a tempo pré-YouTube. “Eu já era fã de ouvir e estudar, mas a primeira vez em que vi o Wes tocar foi na casa de um amigo, que arrumou um DVD dele. Nesse dia em que o vi, fiquei impressionado com a técnica dele de usar o polegar para solar”, ressalta.

Macaque in the trees
Montgomery (1923-1968) fundou estilo de guitarra mais seguido por jazzistas (Foto: Reprodução)

Ele se refere a Nessa gravação, feita em 1965 – três anos antes de morrer de um ataque cardíaco –, Wes Montgomery toca na Holanda acompanhado por trio local, com o pianista Pim Jacobs, o seu irmão Ruud, no baixo, e o baterista Han Bennink.

Algumas das músicas dessa apresentação, fácil de achar no YouTube, estarão no show de hoje, como “The end of a love affair” (Edward Redding) e “Nica’s dream” (Horace Silver), que tiveram arranjos consagrados pelo guitarrista americano, assim como composições do próprio Wes Montgomery, como “Four on six” e “West Coast blues”, em um total de 12 temas.

“Não adiantava eu pegar vários standards que ele também gravou; tinha que selecionar músicas que o representassem”, explica Amorim. “Sempre tive a ideia de fazer, mas não me achava amadurecido o suficiente, tinha essa problema da seleção das músicas. Até que o Daniel Stain [CEO do Blue Note], que foi meu aluno, me convidou e eu decidi encarar”, conta o guitarrista que toca com Marcos Nimrichter (piano), Rodrigo Villa (contrabaixo) e Kim Pereira (bateria).

Macaque in the trees
Amorim se apresenta com seu quarteto hoje à noite (Foto: Divulgação)

Para soar conforme o estilo, ele usa hoje uma Gibson 175, semiacústica, similar à usada pelo ídolo – que se surpreendeu ao tocar. “Foi quando o Freddy Cole, irmão do Nat King, viu um show meu, no antigo Mistura Fina e me convidou para o dele, no dia seguinte. Nos bastidores, me apresentou ao guitarrista dele, de quem não lembro o nome, mas usava uma Gibson L5. Pedi para tocar um pouco e disse que ela lembrava a do Wes Montgomery. Nisso, ele me disse: ‘é, aliás, era dele’. A guitarra que eu estava tocando havia sido do Wes Montgomery, que a havia dado a ele, de presente. Quase caí para trás”, brinca.

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SERVIÇO

MARCOS AMORIM POR WES MONTGOMERY

BLUE NOTE. Av. Borges de Medeiros, 1424, Lagoa; Tel.: 3799-2500. Hoje às 21h. Entrada: R$ 90 / R$ 45. Capacidade: 350 espectadores.

Venda online pelo site www.tudus.com.br.

Divulgação - Amorim se apresenta com seu quarteto hoje à noite