ASSINE
search button

Moacyr Luz lança seu 14º álbum hoje no Rival

Divugação -
Moacyr Luz
Compartilhar

O cantor e compositor Moacyr Luz completou 60 anos em 5 de abril e admite estar preocupado em entrar numa fase em que o ímpeto criativo diminua e seus shows tornem-se uma mera repetição dos êxitos da carreira. Mas esses temores parecem longe de virar realidade. De janeiro para cá, o artista já produziu dois álbuns - do parceiro Sereno Alves e da poeta gaúcho Carlos di Jaguarão, de quem musicou suas “Cartas africanas” - e hoje sobe o palco do Teatro Rival para lançar “Natureza e Fé”, o 14º álbum de uma trajetória que passou a ser percebida em 1989, com as gravações de Fafá de Belém para “Coração do Agreste” (Moacyr Luz/Aldir Blanc) e de Beth Carvalho para “Saudades da Guanabara” (Moacyr Luz/Paulo Cesar Pinheiro).

“Sessenta anos é uma data redonda, que marca um pensamento meu mais liberto de rótulos. Por isso pensei em um disco diferente, com piano, contrabaixo acústico, bateria. Queria ficar mais à vontade, fazer samba sem necessariamente usar surdo, tamborim”, explica Moacyr que selecionou novos e antigos parceiros no novo trabalho.

Macaque in the trees
Moacyr Luz (Foto: Divugação)

Das novas parcerias, destaque para Fágner (“Samba em vão” e “Periga”) e Zélia Duncan (“Gosto”), mas também há espaço para celebrar velhos amigos como Martinho da Vila (“Na ginga do amor”), Jorge Aragão (“Samba de Obá”), Teresa Cristina (“Natureza e fé”), Wilson das Neves (“Chapéu Panamá”), Luiz Carlos da Vila (“Conto de fadas”) e Pretinho da Serrinha (“Atravessado” e “Gostei do laiálaiá”).

Figura constante nas melhores rodas de samba carioca desde 1982, Moa – como é conhecido – agradece o acolhimento que recebeu dos amigos que fez e, generoso, também acolhe, promovendo encontros. Foi assim, por exemplo, quando apresentou o cantor e compositor mineiro Sérgio Santos ao amigo e parceiro Paulo Cesar Pinheiro. “Peguei o Sérgio e partimos pra casa do Paulo e disse ‘Estou trazendo carne, cerveja e um parceiro pra tua vida toda’”, lembra. E hoje no Rival não será diferente: “Estou trazendo para cantar a Aninha Barros, de Piracicaba (SP) para cantar “Eu sou neguinha”… Não é a do Caetano”, apressa-se em dizer. A cantora nunca se apresentou no Rio e já chega sob as bençãos de um sambista respeitado. Moa é desse jeito.

Do alto de mais de 300 canções gravadas por Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Maria Bethânia, Nana Caymmi, Leny Andrade, Gilberto Gil e Leila Pinheiro e vencedor do Estandarte de Ouro do Grupo de Acesso, em 2015, pelo samba-enredo sobre Candeia (parceria com Teresa Cristina e Cláudio Russo) para a Renascer de Jacarepaguá, Moacyr Luz se vê ainda como um nome alternativo. “Todo mundo gosta de samba, mas é muito difícil ver o pessoal novo que está surgindo, com rimas audaciosas, trabalhos inovadores, na TV ou rádios. Mas isso não é um lamento. Estou feliz com os caminhos que percorri”, diz o poeta, “Afinal, o samba não tem idade, cor ou aparência. Clementina de Jesus, Jovelina e Walter Alfaiate só foram descobertos depois dos 60”, completa o artista, que nem precisa se preocupar com isso, pois já tem cadeira cativa entre os bambas e não se fala mais nisso.

------

SERVIÇO

MOACYR LUZ – SHOW DE LANÇAMENTO DO CD NATUREZA E FÉ

Teatro Rival Petrobras (Rua Álvaro Alvim, 33 – Cinelândia; Tel: 2240-9796)

Hoje, às 20h Setor A: R$ 70 e R$ 35; Setor B: R$ 60 e R$ 40 (promoção para os 100 primeiros pagantes) e R$ 30