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Curta Cinema traz Palma de Cannes

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Ganhador da Palma de Ouro de melhor curta-metragem de 2018, “All these creatures” é um ensaio de DNA australiano, filmado em 16mm em Melbourne, sobre a dimensão fantasmagórica da memória a partir de um conflito de um adolescente (o etíope Yared Scott) com as recordações que guarda de uma infestação misteriosa: sucesso de crítico em todo o mundo, esta produção enfim vai ter espaço no Brasil. Este drama fantástico de Charles Williams vai integrar o menu do festival 28º Curta Cinema, uma das maiores vitrines da América Latina para pequenos grandes filmes, que começa nesta quarta.

De hoje até o dia 31 de outubro, o evento vai ocupar cinco salas exibidoras do RJ (Estação NET Botafogo 1, 2 e 3, Cinemateca do MAM e Cinemaison) e o Cine Arte UFF. São ao todo 13 mostras, que englobam 33 programas, exibindo cerca de 200 filmes, nacionais e internacionais. O de Williams é uma das narrativas mais poéticas da seleção. “Quis abrir uma discussão, a partir das minhas próprias experiências de juventude, sobre a sensação de se olhar para atrás e desmistificar a dimensão agigantada de mito que nossos pais ocupam em nossas lembranças”, disse Williams ao JB em Cannes.

Também da Croisette veio o delicado filme brasileiro “O órfão”, de Carolina Markowicz, ganhador da Queer Palm, a láurea LGBT do balneário francês. Carolina faz parte da competição brasileira, ao lado de filmes como “Gravidade”, de Amir Admoni; “Ainda ontem”, de Jessica Candal; e “Fofa”, de Flora Pappalardo.

“Aberto a narrativas experimentais, o festival identifica como temática predominante deste ano a discussão das questões sociais, com bandeiras feministas e com debates sobre a identidade LGBT, incluindo a representação transexual. São assuntos crescentes no Brasil mas também nos filmes estrangeiros”, diz Ailton Franco, diretor do Curta Cinema, que trouxe para a competição estrangeira produções latinas da Argentina e da Colômbia. “Os países de que mais recebemos inscrições são França, Espanha e Portugal. Este ano temos filme da Moldávia, o que é inusitado. E, depois de muito tempo, a Finlândia está de volta, com três filmes em competição. E há dois curtas da Índia, que, curiosamente, são da mesma realizadora, Payal Kapadia”. (R.F.)

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