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Veste Rio lança inverno geométrico

Ines Rozario -
Desfile da Von Trapp foi destaque no evento pela apresentação
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As estampas de flores e listras serão substituídas por grafismos e geometrias: as propostas para o inverno 2019 jogam formas mais duras, em cores dentro de cartelas que ficam entre os tons de terra e violetas. Assim definem os desfiles e as coleções da sexta edição do Veste Rio, que se realiza nesta semana nos armazéns do Pier.

Espaços de vendas

Desta vez há a presença de compradores dos estados e internacionais, a julgar pela prioridade no acesso aos escassos lugares na plateia do desfile de novos talentos. São representantes de lojas multimarcas, que circulam nos estandes de expositores lembrando participantes da Fenin _ a gaúcha Tona Âge, por exemplo _ e o Minas Trend _ como a mineira Viviane Furrier _ e mais as famosas cariocas, como Glorinha Paranaguá, Rosana Bernardes e Patricia Viera. Esta designer, por sinal, brilhou no corpo da Daniela Sarahyba, que vestiu modelo de saia godê, que parecia um crepe e era...couro!

Amostras de inverno

O único desfile do Veste Rio abriu a varanda do Armazém 03 para marcas consideradas novas, mas já atuantes no varejo nacional, com lojas na cidade e em São Paulo. Cada uma das seis grifes mostrou cinco looks, uma seleção escassa que resulta em duas soluções: ser coerente, como fez a Augustana, e desfilar peças dentro de um mesmo estilo. Ou tentar dar uma amostra geral, em peças diferentes, sem caracterizar a identidade da coleção.

Nestas passagens, o inverno 2019 se definiu pelas estampas e padrões geométricos repetidos, as cores terrosas e violetas como prioridades, as mangas trabalhadas, em geral fortes, bojudas, com anexos enviesados; e efeitos torcidos nos tops curtos. Para as adeptas do consumo fashion valem as apostas nos sobretudos leves, vistos na Neriage e na Von Trapp; nos duas peças e biquínis com top torcido da Esc para as praias de inverno; a estampa em branco, violeta e preto da Augustana, que complementou os looks com belos tênis da Vert. Mais os tons de vermelho e terra da Wymann e o vestido segunda-pele da Keymono. Como apresentação, a melhor foi a Von Trapp, pelo ritmo lento ao som de sirenes, fazendo fundo para o sobretudo cáqui, o casaco rosado e o final do longo branco transparente.

Presenças fora da área de desfile

Todo evento que se preza valoriza quem circula fora do desfile. Na abertura do Veste Rio, um dos destaques foi Daniela Sarahyba, modelo e ícone da moda, cercada de fotógrafos na varanda. Em matéria de look, a novidade paralela fora dos estandes e desfiles: o terno rosa usado por Wallace Safra na fila A. Uma descoberta interessante, já que o modelo foi confeccionado sob medida pela Flower Homme, marca de Nova Iguaçu, que pelo jeito merece atenção pela qualidade de acabamento e corte da difícil roupa masculina.

Depois dos desfiles, outra presença marcante: lá estava Claudio Silveira, diretor do Dragão Fashion, o melhor evento lançador brasileiro atualmente, em Fortaleza. Ele consegue unir a moda, as novidades de design e os shows musicais, formato ideal para os patrocinadores neste tipo de realização. O Veste Rio tem qualidades, principalmente a de destacar nomes novos competentes, mas poderia focar mais no futuro, separando o outlet dos lançamentos. Complicado o conceito de roupa nova e roupa de saldo (ou seja, o que será vendido no varejo, com preços de liquidação) ao mesmo tempo e no mesmo lugar.