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Banda paranaense E41 faz show de lançamento de seu álbum de estreia amanhã no Teatro Rival

Divulgação -
O baterista Lorenzo Bagatin ( no primeiro plano) viveu entre 1975 e 2014 em Brasília. Na volta a Curitiba, formou o E41
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A estética roqueira dos anos 1980 é hoje considerada coisa do passado, mas ainda pulsa forte em muitos amplificadores. Que o diga o curitibano Lorenzo Bagattin, que, muito antes de se tornar baterista, viveu 1975 e 2014 em Brasília e foi de fã a caçula da chamada Geração Coca-Cola. Esta sonoridade é perseguida no álbum “Alvo”, CD de estreia da Estação 41, banda liderada por Lorenzo e que se apresenta amanhã no Teatro Rival Petrobras. O show terá as participações especiais de George Israel (Kid Abelha) e de Fernando Magalhães (Barão Vermelho). A noite será aberta pelos cantores De Luca e Amanda Lira.

Produzido pelo guitarrista do Barão, o álbum contém dez canções autorais da banda formada, além de Lorenzo, por Anderson Vieira (guitarra), Claudio Viana (teclados), Diogo Mello (guitarra), Everaldo Amboni (baixo) e Iko Ferreira (vocal). O nome Estação 41 ou, simplesmente E41, é uma referência ao DDD da capital paranaense de onde os ecos do rock não se fazem muito ouvir. “Queremos colocar a banda e a cena roqueira de Curitiba com visibilidade nacional”, planeja Lorenzo que cercou-se não só de produtor respeitado – Magalhães produziu o início de carreira dso Detonautas – e Rosa de Almeida (ex-Cazuza e que trabalhou também com Zélia Duncan).

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O baterista Lorenzo Bagatin ( no primeiro plano) viveu entre 1975 e 2014 em Brasília. Na volta a Curitiba, formou o E41 (Foto: Divulgação)

Ter o músico do Barão como produtor era um antigo sonho de consumo de Lorenzo, desde que regressou ao Paraná e formou a banda com experientes músicos locais. “Já conhecia ele da estrada. Logo de cara mandamos uma demo para ele, que pareceu não ter dado importância. Depois, produzimos outras músicas em estúdio e enviamos o material novo. Ele gostou e se ofereceu para trabalhar conosco”, lembra o músico.

Mas o E41 se autodefine como uma banda oitentista num cenário em que as bandas daquele período enfrentam justamente uma crise de criatividade? “Há quem diga que bebemos naquela fonte, mas temos nossos diferenciais. Não somos uma banda de refrão. Temos solos de guitarra potentes, eletrizantes. Nosso vocalista, o Iko, tem um timbre incomum, raro no rock brasileiro, uma voz rasgada. Não nos aborrece ser chamados de oitentistas, porém somos um pouco mais do que isso”, garante.

O álbum foi criado e produzido durante um ano. Em “Veneno fatal” (Iko Ferreira/Anderson Vieira), reverberam as referências do R.E.M, “Tanta coisa errada” (Marlon Granado) traz uma letra contestadora com os versos duros “Me sinto reduzido a um demente / Em um país muito indecente, sem alfabetização / por um engravatado sujo”.

Já o blues “Meninos” (Bagatin e Diogo Mello), conta o baterista, surgiu das recordações de um encontro com um dos grandes poetas do rock: Renato Russo (1960-1996). Numa ocasião, Renato apareceu em Brasília, e a notícia se espalhou pela vizinhança. Não demorou para uma garotada ávida por ver o cantor tomar a rua. Diante da timidez dos fãs, o pai de Bagatin, Sidival, gritava: “Meninos, por favor, tenham coragem!”. Tais palavras, e outras tantas, foram anotadas pelo jovem Lorenzo. “Um dia elas vão virar música”, provocou um profético Renato. E assim se fez.

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O álbum "Alvo" tem dez canções autorais (Foto: Divulgação)

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SERVIÇO

ESTAÇÃO 41 - Show de Lançamento do CD “Alvo”

Teatro Rival (R. Álvaro Alvim, 33 - Cinelândia;

Tel: 2240-4469) - Amanhã, às 19h30 - R$ 50 e R$ 25

Divulgação - O álbum "Alvo" tem dez canções autorais