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Sinatra à maneira de Abreu

Artista interpreta as temperaturas do amor ao som de canções consagradas de The Voice

Guga Melgar/Divulgação -
Aloisio de Abreu a caráter, com terno e chapéu no estilo de Sinatra
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Depois de, ao som de boleros, encenar o amor de um solteirão por uma radialista, Aloisio de Abreu volta, neste fim de semana, a mergulhar nas nuances desse mesmo sentimento, embalado por outro estilo de música, consagrados n’A Voz. Até 7 de outubro, o ator e cantor apresenta de sexta a domingo, no Teatro Rogério Cardoso – o velho porão da Casa de Cultura Laura Alvim –, “Aloisio Frank Sinatra de Abreu”.

Após encerrar, em agosto, “Minha vida daria um bolero”, de Artur Xexéo, que estrelou ao lado de Françoise Forton, ele retoma o espetáculo montado entre novembro e dezembro do ano passado na mesma casa.

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Aloisio de Abreu a caráter, com terno e chapéu no estilo de Sinatra (Foto: Guga Melgar/Divulgação)

No porão em frente à Praia de Ipanema, Aloisio interpreta canções consagradas do repertório de Frank Sinatra (1915-1998), além de filosofar sobre as formas de amor que cada uma delas lhe inspira, em conversas com a plateia.

“Eu vou falando sobre as músicas, além de cantar. O charme do espetáculo está nessa característica de falar sobre o amor com música”, afirma o artista, que escolheu “The Voice” em “uma busca de encontrar um cantor, ou um artista em geral, que tivesse, mais ou menos, o mesmo temperamento de voz que o meu, levado para o romântico. Embora não pareça, eu sou romântico”, brinca Abreu, conhecido por paródias cômicas de músicas famosas, como em “Subversões”, que fez durante 22 anos, com Luis Salém, Márcia Cabrita e Stella Miranda.

“Eu queria fazer um tributo a um artista como, sei lá, o Nélson Gonçalves, mas o Tuca [Andrada] já havia feito. Altemar Dutra? Não tinha muito a ver comigo. Aí, eu sonhei com o Frank Sinatra. Nada muito estranho, mas sonhei com ele e fiquei com ele na cabeça”, conta.

“Eu já tinha feito um personagem um personagem baseado nele, em “Estúpido Cupido”, peça do Flávio Marinho e, então, voltei a pesquisar o Sinatra. Li a biografia dele [“A Voz”, de James Kaplan], vi um documentário sobre ele e descobri que nós temos algumas coisas em comum – por exemplo: nascemos no mesmo dia do mesmo mês, 12 de dezembro, e algumas músicas a gente canta no mesmo registro – evidentemente, ele é The Voice e eu sou apenas um artista interpretando o Sinatra e a mim mesmo”, comenta.

No canto e nas conversas, Abreu selecionou dez sucessos, classificados por “temperaturas” amorosas. Assim, canta e fala sobre “o amor que vicia, o que enfeitiça, que leva à lua, por uma cidade, o amor próprio”, respectivamente em “I’ve got you under my skin” (Nelson Riddle/Cole Porter), “Bewitched, bothered and bewildered” (Rodgers/Hart), “Fly me to the moon” (Bart Howard), “New York, New York” (Fred Ebb/John Kander) e “My way” (François/Reveaux/Anka).

“Tento aliar o meu temperamento à persona do Frank Sinatra, daí o título juntando os dois nomes , porque eu me misturo a ele, tentando ser algo como ‘The guy from Ipanema’”, compara, divertido, em alusão à música de Tom e Vinicius, “Garota de Ipanema” (“The girl from Ipanema”, em inglês).

Show intimista, de voz e piano, Aloisio de Abreu é acompanhado por Itamar Assiere, com quem já atuou nos musicais “Nós sempre teremos Paris”, em “Minha vida daria um bolero” e que já havia tocado com Bibi Ferreira no espetáculo dedicado ao repertório de Sinatra.

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SERVIÇO

ALOISIO FRANK SINATRA DE ABREU

Teatro Rogério Cardoso/Casa de Cultura Laura Alvim

(Av. Vieira Souto, 176 - Ipanema; Tel.: 2332-2016).

Sex. a dom., às 19h.

R$ 50. Até 7/10.