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Saiu da rede e caiu no palco

Festival no CCBB reúne artistas independentes que se destacam por trabalhos inovadores na internet

Divulgação -
Àttøøxxá (7/9): Depois do BaianaSystem, atração do Sai da Rede em 2013, ÀTTØØXXÁ é a atual revelação da música baiana. "Nossa missão é juntar a música periférica da Bahia ao que tem sido mais consumido pela música pop hoje, que é o eletrônico", conta o DJ e produtor Rafa Dias, fundador do projeto. Ao criar o ÀTTØØXXÁ, o DJ pensou em dar uma batida ao arrocha, misturando-o com o dubstep (uma das vertentes mais pesadas da música eletrônica). Há um ano e meio, o projeto ganhou nova forma: virou banda e abraçou novas sonoridades, como o pagodão e o samba. #BLVCKBVNG" é o nome do álbum de estreia e "Elas gostam", de seu repertório, caiu de vez no gosto popular quando o grupo Psirico a regravou, mexendo em alguns versos da letra e adicionando a sua percussão característica. A nova versão foi eleita pela Pesquisa Bahia Folia como a música do carnaval baiano de 2018
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Desde que a rede é rede, a internet foi se tornando, com a velocidade dos downloads em banda super larga, uma importante plataforma para novos talentos. Artistas independentes, em início de carreira, não pensam duas vezes em adotá-la para lançar e difundir seus trabalhos seja pelo baixo custo seja pelo potencial de alcançar o público em qualquer lugar do mundo. A cultura chega por um clique. Aberto ontem, no Centro Cultural Banco do Brasil, o Festival Sai da Rede chega à terceira edição. Após dois dias de exibição de produções de cinema, amanhã e sábado será a vez das atrações musicais, que se apresentarão em shows gratuitos no pátio externo do CCBB, junto ao Espaço Cultural dos Correios.

Desde a primeira edição, em 2011, o Sai da Rede reúne artistas que se destacaram por fazer da grande rede o principal meio de divulgação de seus trabalhos. Neste ano, o festival se realiza nos quatro CCBBs (Rio, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte).

Sem aparatos de gravadoras ou produtoras, muitos deles chegam ao sucesso numa velocidade capaz de deixar corado o mais ousado dos teóricos da chamada cultura de massas. O reconhecimento e identificação do público com essas obras pode acontecer de forma espontânea - quando o artista “bomba na rede”. Quando isso não ocorre, é a vez dos mecenas digitais - pesquisadores que se interessam pelas novas tendências - pinçarem os novos talentos em potencial lá do emaranhado das redes.

Baco Exu do Blues, Àttøøxxá, João Brasil, Plutão Já Foi Planeta, Luedji Luna e Almério foram os eleitos pela dupla de curadores e idealizadores do Sai da Rede: os pesquisadores de música brasileira e produtores Amanda Menezes e Pedro Seiler. “Ao longo desses últimos anos, as plataformas digitais mudaram radicalmente. Não havia Instagram, Spotify, entre outros. E isso tornou a cena ainda maior e mais atraente”, conta Pedro Seiler, acrescentando que os artistas são selecionados por critérios que mesclam a inovação da obra, sua relevância e a diversidade regional. “E temos agora uma forte influência da nova geração baiana”, destaca.

As atrações se candidatam a trilhar carreira além das redes, seguindo os passos de BaianaSystem, Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci, Tiê, Lucas Estrela, Carne Doce, Tássia Reis, As Bahias e Cozinha Mineira, que brilharam nas edições anteriores do Sai da Rede.

Macaque in the trees
Àttøøxxá (7/9): Depois do BaianaSystem, atração do Sai da Rede em 2013, ÀTTØØXXÁ é a atual revelação da música baiana. "Nossa missão é juntar a música periférica da Bahia ao que tem sido mais consumido pela música pop hoje, que é o eletrônico", conta o DJ e produtor Rafa Dias, fundador do projeto. Ao criar o ÀTTØØXXÁ, o DJ pensou em dar uma batida ao arrocha, misturando-o com o dubstep (uma das vertentes mais pesadas da música eletrônica). Há um ano e meio, o projeto ganhou nova forma: virou banda e abraçou novas sonoridades, como o pagodão e o samba. #BLVCKBVNG" é o nome do álbum de estreia e "Elas gostam", de seu repertório, caiu de vez no gosto popular quando o grupo Psirico a regravou, mexendo em alguns versos da letra e adicionando a sua percussão característica. A nova versão foi eleita pela Pesquisa Bahia Folia como a música do carnaval baiano de 2018 (Foto: Divulgação)

Macaque in the trees
Baco Exu do Blues (7/9): Projeto do rapper baiano Diogo Moncorvo, Baco Exu de Blues vem carregado de um tom provocador em tudo que compõe. Ano passado, lançou o primeiro disco solo, "Esú", indicado ao Troféu APCA nas categorias artista revelação, música do ano e disco do ano. "Te amo disgraça", uma das canções do álbum, foi eleita como a melhor música de rap no Prêmio Genius Brasil de Música 2017. O álbum constrói uma ponte de referências entre fé, morte, amor, literatura, fotografia e cinema (Foto: Divulgação)

Macaque in the trees
Luedji Luna (8/9): "Um corpo no mundo" é o nome do disco de estreia da baiana Luedji Luna, gravado através de financiamento coletivo e lançado há um ano, angariando elogios por sua sonoridade elegante, que mescla ritmos afro-brasileiros a jazz e blues. Antes mesmo de lançar o álbum, a cantora e compositora recebeu três indicações ao Prêmio Caymmi de Música, que fomenta novos talentos na Bahia. Seu próximo disco será produzido pelo sueco Sebastina Notini, produtor dos dois últimos de Tiganá Santana e Virgínia Rodrigues (Foto: Divulgação)

Macaque in the trees
Almério (8/9): O show com Jonhy Hooker e Liniker no Palco Sunset, do Rock in Rio 2017, elevou o pernambucano Almério à condição de revelação da música brasileira. Foi com "Desempena", o segundo disco, gravado com recursos obtidos após ganhar o Natura Musical em 2015, que sua obra ganhou ares mais amplos. Abriu o show "O grande encontro", com Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo. E acabou de ganhar o 29º do Prêmio da Música Brasileira como artista revelação (Foto: Divulgação)

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Plutão Já Foi Planeta (8/9)

Atração do festival Lolapalooza, em março, a banda Plutão Já Foi Planeta nasceu em Natal (RN). Seus integrantes começaram a tocar juntos em 2013. No ano seguinte, lançaram o primeiro trabalho de estúdio, “Daqui pra lá”. Com o disco, levaram seu indie-pop a festivais por todo o país, como Bananada (GO), DoSol (RN), Mada (RN), e Rolling Stone (SP), e ganharam prêmios como o Troféu Cultura e o Prêmio Hangar de Música. Em 2016, foram vice-campeões do reality show “SuperStar”, da Rede Globo. 

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João Brasil (7/9)

Produtor musical e DJ carioca, João Brasil estudou música pelo Berklee College of Music (EUA) e na Middlesex University (Inglaterra), é um entusiasta e divulgador do funk e outros ritmos populares. Em 2008, lançou o disco, “8 hits”. Em 2011, ajudou a criar o projeto de house music Rio Shock, que estourou “Moleque transante”, lançado em 2014 e que bateu a marca de um milhão de visualizações no Youtube. 

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SERVIÇO

Festival Sai da Rede

CCBB (R. Primeiro de Março, 66- Centro; Tel: 3808-2020).

Entrada franca.

Até 8/9.

Divulgação - Baco Exu do Blues (7/9): Projeto do rapper baiano Diogo Moncorvo, Baco Exu de Blues vem carregado de um tom provocador em tudo que compõe. Ano passado, lançou o primeiro disco solo, "Esú", indicado ao Troféu APCA nas categorias artista revelação, música do ano e disco do ano. "Te amo disgraça", uma das canções do álbum, foi eleita como a melhor música de rap no Prêmio Genius Brasil de Música 2017. O álbum constrói uma ponte de referências entre fé, morte, amor, literatura, fotografia e cinema
Divulgação - Luedji Luna (8/9): "Um corpo no mundo" é o nome do disco de estreia da baiana Luedji Luna, gravado através de financiamento coletivo e lançado há um ano, angariando elogios por sua sonoridade elegante, que mescla ritmos afro-brasileiros a jazz e blues. Antes mesmo de lançar o álbum, a cantora e compositora recebeu três indicações ao Prêmio Caymmi de Música, que fomenta novos talentos na Bahia. Seu próximo disco será produzido pelo sueco Sebastina Notini, produtor dos dois últimos de Tiganá Santana e Virgínia Rodrigues
Divulgação - Almério (8/9): O show com Jonhy Hooker e Liniker no Palco Sunset, do Rock in Rio 2017, elevou o pernambucano Almério à condição de revelação da música brasileira. Foi com "Desempena", o segundo disco, gravado com recursos obtidos após ganhar o Natura Musical em 2015, que sua obra ganhou ares mais amplos. Abriu o show "O grande encontro", com Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo. E acabou de ganhar o 29º do Prêmio da Música Brasileira como artista revelação
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cultura