Que beleza, a beleza”, primeira música de “Beleza e medo”, foi também a primeira feita por Paulinho Moska para o disco que chega depois de oito anos sem lançar um álbum de inéditas. “Sou da geração do vinil. Até lancei alguns singles, fiz trilhas para novelas, mas fico com aquele comichão de fazer um trabalho inteiro”, conta Moska, que faz show de lançamento hoje, às 22h, no Circo Voador, na Lapa.
O cantor, compositor e apresentador diz que foi “Que beleza, a beleza” que disparou a vontade de fazer um disco novo que, aliás, coincide com seus 25 anos de carreira. “Eu a compus em Montevidéu e fiquei com essa ideia de fazer algo sobre a beleza e o amor. Só que, de uns três anos pra cá, a realidade do país deixou uma sensação de estranheza. Eu estava incomodado, precisava dizer algo”, conta Moska, que compôs com Carlos Rennó “Nenhum direito a menos”, com versos como “Nesse Brasil da injustiça social/E duma tal desigualdade sem igual/Queria ver os grandes lucros divididos/E os dividendos afinal distribuídos”. “Depois, acabei fazendo outras mais pesadas, como ‘O jeito é não ficar só’, que fala do desafio de entendermos o coletivo e o adversário para que possamos ter um diálogo honesto”, explica.
Moska aponta um trecho de “Medo do medo”, um reggae pop em parceria com Zélia Duncan, como versos-chave do disco: “Quem sabe o segredo da vida será/Fazer desse medo uma força?”: “Precisamos transformar o medo em força criativa, ainda mais num momento difícil como o que atravessamos”, diz.
No show do Circo Voador, Moska diz que na comemoração desta noite só vai cantar cinco músicas novas. Sua banda vem renovada: “O Rodrigo Suricato (que faz o show de abertura) sugeriu que eu chamasse músicos jovens. Larissa Conforto na bateria, Lancaster no baixo, o uruguaio Migue Bestard na guitarra e Gustavo Tibi nos teclados formam a minha banda atual”.
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SERVIÇO
MOSKA - Circo Voador (R. dos Arcos s/n - Tel.: 2533-0354). Hoje, às 22h. R$ 50.