ASSINE
search button

Na base da raça e do coração, seleção russa se fecha em campo e despacha Espanha

Compartilhar

moscou -  O futebol não estava entre os esportes preferidos dos russos até a goleada de 5 a 0 sobre a Arábia Saudita, na abertura da Copa. De lá para cá, o mais popular dos esportes foi caindo nas graças e pelo menos ontem passou a ter um lugar de honra no coração dos anfitriões do Mundial. Jogando dentro de suas enormes limitações, a Rússia segurou o empate de 1 a 1 com a poderosa Espanha nos 90 minutos e na prorrogação e, com atuação sensacional do goleiro Akinfeev na disputa de pênaltis (4 a 3), eliminou os campeões de 2010. 

 Agora, na quartas de final, a Rússia enfrentará a Croácia. Até o dia da partida (7 de julho), a festa está garantida.

“Nos unimos e conseguimos vencer a Espanha, o que pouca gente acreditava ser possível”, vibrou o herói Akinfeev após defender dois pênaltis e garantir a vaga russa. 

Apesar de todos reconhecerem a superioridade da Espanha, os russos tinham um pingo de esperança de ver o país fazer história no futebol. Lotaram o belíssimo Estádio Lujniki uma hora antes da partida e não pararam de incentivar os aguerridos mas limitadíssimos jogadores da equipe do espalhafatoso técnico Stanislav Cherchesov, que ontem mais parecia estar dirigindo uma equipe na Libertadores. Pressionou o juiz o tempo, reclamou,  invadiu o gramado  para instruir seu jogadores. Mas na coletiva, parecia que tinha acabado de sair do cinema. Sem demonstrar um pingo de emoção, destacou a aplicação dos jogadores e disse que não escolhe os adversários. “Não podemos pedir o que queremos. Não queríamos a Espanha, mas foi o que sobrou para nós. Trata-se de Copa do Mundo e quem ganha segue em frente. Hoje jogamos com uma estratégia e conseguimos”.

Nem mesmo quando a Espanha, que voltou a presentar um futebol preguiçoso, abriu o contagem, aos 12, num gol contra bisonho de Ignashevich, o torcedor russo desanimou. Vibrava  até com lateral a favor. Escanteio era comemorado como um pênalti. E foi num deles que a Rússia  empatou. Aos 40, o grandalhão Dzyuba ganhou a disputa pelo alto e a bola bateu no braço erguido de Pique. Um lance infantil do zagueiro, bem assinalado pelo árbitro. Dzyuba cobrou e converteu.

Quando a bola rolou de novo, ficou claro que a Rússia tentaria levar a partida para os pênaltis. O time deixou os escrúpulos de lado, se fechou na defesa, abriu mão de atacar e foi irritando os espanhóis, que continuavam com enorme posse de bola e zero de penetração. 

Na prorrogação, com os jogadores exaustos, o juiz ignorou um pênalti em Sérgio Ramos, que foi agarrado na área. Quando o árbitro encerrou a partida, os russos comemoraram como se sua seleção tivesse vencido a partida. 

A Espanha começou batendo e converteu as duas primeiras cobranças (Iniesta e Pique),  o mesmo acontecendo com a Rússia (Smolov e Ignashevich). Quando Koke perdeu a terceira cobrança, o Lujniki quase veio abaixo, ainda mais depois que Golovin converteu e a Rússia pulou na frente. Sérgio Ramos manteve a Espanha viva e o russo/espanhol Cheryshev fez 4 a 3 para os anfitriões. Aspas bateu o quinto pênalti e Akinfeev fez defesa com os pés. Apoteose russa.

Rússia:  Akinfeev, Kutepov, Ignashevich e Kudryashov; Mário Fernandes, Samedov (Cheryshev), Zobnin, Kuzyayev (Yerokhin), Golovoin e Zhirkov (Granat); Dzuba (Smolov). Espanha: De Gea, Nacho (Carvajal), Piqué, Sérgio Ramos e Jordi Alba; Busquets, Koke, David Silva (Iniesta) e Isco; Asensio (Rodrigo) e Diego Costa (Aspas). Juiz: Bjorn Kuipers (Holanda). Cartões amarelos: Piqué, Kutepov e Zobninj