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Caso Amarildo: Justiça foi feita, mas familiares querem saber onde está o corpo 

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A sentença punindo dos oito policiais militares envolvidos na morte do ajudante de pedreiro, morador da Rocinha, Amarildo Souza, foi divulgada no último domingo. Amarildo desapareceu em julho de 2013, na comunidade, após ser abordado por policiais da Unidade de Policia Pacificadora da Rocinha. Na decisão sobre o caso, a juíza condenou os policiais que participaram no assassinato. A juíza também, comentou o despreparo, covardia e abuso de poder dos policiais que deveriam está na comunidade fazendo o trabalho de pacificação. 

Os envolvidos no crime foram condenados e todos expulsos da corporação. O que para o secretario de Segurança, José Mariano Beltrame, foi uma punição exemplar que vai servir de exemplo não apenas a policiais, mas a qualquer pessoa que atentar contra a vida de outra pessoa. Concordo plenamente com o secretário de Segurança, e acho que graças à força da família e da comunidade que se empenhou em se manifestar, o caso ganhou repercussão internacional e não virou mais um número, como tantos outros moradores de favela que são assassinados e são esquecidos ou viram estatísticas nos crimes classificados como auto de resistência que não são investigados.

O filho de Amarildo, o jovem Anderson Dias, contou que achou “boa” a decisão da juíza e considerou que a justiça foi feita. No entanto, Anderson contou que, apesar da decisão, o desejo da família era de encontrar o corpo do ajudante de pedreiro: “Achamos bom, mas o que a gente queria mesmo saber é o que eles fizeram com o corpo. Mas a justiça foi feita”. O jovem contou que a família ainda tem esperança de enterrar o corpo de Amarildo: “A gente tem fé de que um desses policiais ainda vai falar o que fizeram com o corpo”. 

A justiça foi feita e que sirva de exemplo a todos, independentemente de suas ocupações. Esperamos que seja revelado o paradeiro do corpo de Amarildo para que tenha pelo menos um enterro digno e que console todo o sofrimento vivido por essa família. 

* Davison Coutinho, morador da Rocinha desde o nascimento. Bacharel em desenho industrial pela PUC-Rio, Mestrando em Design pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade.