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Yesterday: uma fábula romântica

Confira crítica do filme, por Tom Leão

Divulgação -
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Imagine um mundo sem os Beatles e suas músicas e discos históricos. Como seria? Bem menos interessante, não? Conheço quem os odeia, e amaria vê-los em tal situação. Mas, a maior parte do planeta, os ama de paixão. Então, como ainda não haviam feito um filme como ‘Yesterday’, que mostra uma realidade em que os Beatles nunca existiram?

A comédia romântica (e muito fantasiosa) do inglês Danny Boyle (de ‘Trainspotting’) traz esta premissa, ao mesmo tempo simples e original: Após sofrer acidente, que aconteceu na noite de um apagão global, Jack Malik (Himesh Patel), um musico medíocre, passa a fazer sucesso gravando músicas dos Beatles, já que - ele descobre aos poucos -, a banda jamais existiu nesse mundo pós-blecaute.

Macaque in the trees
(Foto: Divulgação)

Então, clássicos absolutos como as baladas ‘Yesterday’, ‘Let it be’, e os rockinhos da fase ie-ie-ie dos quatro cabeludos de Liverpool, entre outras, vão fazendo a fama de Malik. A ponto de ele chamar a atenção de uma celebridade atual britânica, o cantor Ed Sheeran (que tem grande participação no filme) e de ambiciosa agente musical americana (a comediante do SNL, Kate McKinnon). Malik é uma mina de ouro.

Contudo, a trama do filme não se foca só nisso (é uma brincadeira de fôlego curto, que inclui outros símbolos do nosso mundo, que também deixaram de existir nessa realidade alternativa), como vende o trailer. É muito importante a ligação afetuosa que ele tem com amiga de infância, Ellie (Lily James, de ‘Baby driver’) e de como isso vai levar Malik a decidir o que fazer de sua vida/carreira.

Assim, apesar de se vender como comédia musical, ‘Yesterday’, no fundo, é bem mais um date movie do que transparece. O resultado final é bonitinho. Mas o filme nunca alcança ou vai a lugares que poderia ter ido ou explorado. Apenas uma fábula, que aproveita para mostrar como a música pop atual é pobre e sem imaginação. E de como o mundo realmente seria mais sem graça sem os Beatles.

Tags:

cinema | crítica | filme