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Dois finais, duas grandes diferenças

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Como alguém já disse certa vez: na vida, só há duas certezas. A morte e os impostos. E, sim, tudo chega ao fim. Recentemente, duas das séries mais aclamadas da HBO encerraram carreira. Uma, a mundialmente famosa ‘Game of thrones’, fantasia de tons medievais, que foi virando febre mundial aos poucos; a outra, ‘Veep’, comédia política de humor negro afiadíssimo e elenco espetacular.

Mas, se para muitos, a oitava e última temporada de ‘GoT’ (que levou quase dois anos para ser mostrada, devido a produção de episódios com custo e rodagens de longa metragens) foi um bocado decepcionante – foi a que teve cotação mais baixa de todas, no ‘tomatômetro’ do site Rotten Tomatoes (ficou na casa dos 50%, contra 90% de todas as anteriores) – a de ‘Veep’, foi bastante satisfatória. E também demorou um pouco mais a voltar, por conta de tratamento contra câncer da protagonista Julia Louis-Dreyfus, a nossa eterna Elaine, de ‘Seinfeld’. Já curada.

Comecemos por ‘Game of thrones’. Foi notável como a produção foi caindo de qualidade, em termos de roteiro/textos, desde que a fonte dos livros do autor/criador George R. R. Martin secou. A sua saga de fogo e gelo ainda não terminou (ele leva anos escrevendo um livro) e a série, acabou por atropelar a literatura. Então, depois da temporada 5, basicamente, ele deu carta branca para que os produtores David Benioff e D.B. Weiss seguissem do jeito que quisessem, contanto que chegassem ao mesmo final que ele já tem em mente para os livros.

Resultado: diálogos ralos, personagens que foram perdendo a profundidade, clima mais pop em certas sequencias (em parte, devido a popularidade que a série foi ganhando mundialmente, ampliando seu público). Fica notável em cada fala que, aquilo ali, já não tinha mais nada a ver com a pena de Martin. Se você comparar o clima geral e as características dos mesmos personagens, com o que eles foram virando depois (inclusive, no tocante a violência e sexo), verá que caiu muito a qualidade. A medida em que a produção, com mais dinheiro em caixa, foi melhorando (vestuário, batalhas, locações etc), a qualidade literária foi sumindo, ainda que a dramática, tenha sido mantida.

Nada disso ocorreu com ‘Veep’. A série foi boa de ponta a ponta. Inclusive, melhorou muito - e radicalizou ainda mais -- com o passar do tempo. O elenco super afiado (difícil dizer quem é o melhor em cena) e os roteiros de Armando Iannucci, nunca decepcionaram. Tanto que a série, em sete temporadas, sempre esteve na casa dos 90% do ‘tomatômetro’ do RT.

Contudo, se, no começo, em 2012, imaginar Trump presidente era apenas uma piada, quando o homem do cabelo laranja realmente assumiu a presidência dos Estados Unidos, ficou meio difícil para ‘Veep’ continuar imaginando. Porque os absurdos passaram a ser verdade! Foi isso que, de certa forma (e a doença de Julia) fizeram a série acabar antes do tempo. Daria mais uma ou duas temporadas, fácil. Mas, quando a realidade se torna mais bizarra do que a ficção, não dá para competir.

Por isso, o último episódio de ‘Veep’, foi sensacional. O arremate, genial. Nos dá o que ficou faltando a ‘Game of thrones’, em termos de satisfação. Agora, é esperar pelos spin-offs de ‘GoT’, que, pelo visto, serão muitos.

RUGIDOS:

*Após “A Volta ao Mundo em 80 Videoclipes”, o casal Diana Boccara e Leo Longo volta à estrada para filmar uma nova série de clipes, dessa vez só com bandas brasileiras. “Videoclipers” vai mostrar, em oito episódios, os bastidores e os desafios das gravações de 16 clipes. Toda quinta, 23h, no canal Bis.

*A partir de 17 de junho, o canal HBO Brasil estreia a oitava TEMPORADA DE DOCUMENTÁRIOS. Com um longa exibido toda segunda-feira, às 22h - até o dia 22 de julho. Nesta temporada, o público conhecerá seis novas produções originais e inéditas.

*Quarta temporada de “Eletrogordo”, programa apresentado por João Gordo (Ratos de Porão), estreia no Canal Brasil. Toda segunda-feira, à meia-noite.

*A série GOMORRA, sobre a máfia italiana (baseada em filme de sucesso internacional), volta ao canal MAX para sua quarta temporada, com 12 episódios, a partir do dia 11 de junho, às 23h.

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leão | tom