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Bruce Springsteen na Broadway: comovente

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Na minha última passagem por Nova York, em abril deste ano, corri para ver os shows em cartaz, para comprar os ingressos previamente. Um deles, era “Springsteen on Broadway”, no qual Bruce Springsteen (aquele rocker dos 70s, que fez o maior sucesso aqui num dos recentes Rock in Rio - numa apresentação histórica -, em sua segunda vinda ao país) fazia um mix de show intimista (só ele, um piano e um violão)com biografia stand-up (conta sua trajetória pessoal e artística, usando as músicas como ilustrações). Amigo meu tinha visto meses antes e me disse que era imperdível.

Fui ao site do teatro onde ele estava, tentei ver datas que casassem com a minha estadia. Tudo esgotado. Esgotado até este dezembro! Bom, sempre há uma alternativa. Havia UM bilhete, para um dos dias em que estaria em Manhattan, num site alternativo. Mas, sabe quanto custava? Mil dólares! (contra os cerca de US$70/150 normais, dependendo do lugar). Não precisa dizer que não consegui ver o show. E, que fiquei bastante decepcionado.

Mas nem tudo está perdido. Acabou de entrar no catálogo Netflix (no último dia 16, depois que o show encerrou em NYC), a versão filmada de “Springsteen on Broadway”. Ela foi gravada entre os dias 16 e 17 de julho, para uma plateia de convidados. E, agora mesmo, no dia 14 de dezembro, foi lançada a trilha sonora. Ou seja: melhor do que estar na primeira fila.

Bruce desenrola o show/biografia, em ordem cronológica. Começando (com “Grownup”) pelo momento em que, ainda menino, aos sete anos, descobriu a música, e implorou para que sua mãe lhe comprasse um violão (usado), que custava mais de 20 dólares. Que, ele, garoto pobre da classe trabalhadora de Nova Jersey, não tinha. A mãe lhe deu. Ele começou a ter aulas, mas achava tudo muito chato. Ele queria tocar aquilo de outra forma, encontrar “onde estava a mágica”. Coisa que não se aprende na teoria. Ele não conseguia, por mais que tentasse. Mas, claro, não desistiu.

Então, Bruce vai desenrolando passagens de sua vida de privações (o pai, irlandês, teve vários empregos para sustentar a família), ele teve de aprender a se virar desde cedo, dividia os perrengues com uma irmã, odiava a escola (segundo ele, condição primordial para quem quer seguir a carreira de rockstar) até começar sua vida como músico de rua, na orla de New Jersey. E, aí, vemos como suas músicas, quase todas, são retratos de sua vida. Por isso, foi relativamente fácil para ele juntá-las e transformá-las no roteiro do show, que é derivado de sua biografia, “Born torun”.

Em resumo, o show (programado para durar apenas dois meses, a partir de agosto de 2017), teve enorme repercussão e ficou ano e meio em cartaz. Éuma catarse pessoal (até sua ex, PattiScialfa, faz participação), uma sessão de autoanálise, como raramente vimos outro artista fazer antes. Bruce é sincero, não esconde as partes ruins, nãodoura as boas, mostra como foi difícil ser descoberto, já que, vir de onde veio, era bem difícil. Por isso, se gaba–e, éverdade–, de ter sido o cara que abriu as portas para o som de New Jersey.

Não à toa, é conhecido como The Boss.

RUGIDOS

- “Operação Fronteira’, filme original Netflix, com Ben Affleck, Oscar Isaac e Pedro Pascal (“Narcos”), será lançado em 15 de março.

- A nova versão de “Hellboy” (previamente visto em dois filmes de Guillermo del Toro) chegará aos cinemas brasileiros no dia 11 de abril.

- A série derivada de ‘Riverdale’ (turma do Archie), ‘O mundo sombrio de Sabrina’, foi renovada para mais 16 episódios, via Netflix.

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tom leão