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Por Tom Leão

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TOM LEÃO

Cobra Kai: nostalgia na dose certa

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Publicado em 08/01/2021 às 08:53

Alterado em 08/01/2021 às 08:55

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Não sou muito fã de prequels, nem de remakes, como já disse aqui. É preciso ter a ‘manha’ para fazer esse tipo de coisa funcionar. Felizmente, é o que acontece com ‘Cobra Kai’, cuja terceira temporada chegou ao Netflix este mês.

Esta continuação, mais de 30 anos depois, de ‘Karatê Kid’ (filme teen de 1984, que, de modo bem simplório, misturava romance e artes marciais) transformou o ator Ralph Macchio (Daniel-san) e seu mestre, o oriental Senhor Miyagi (Pat Morita, já falecido), em ícones pop. Por conta do sucesso do primeiro, o filme teve duas sequências. Nos anos 90, voltou com Miyagy treinando uma menina (Hillary Swank) e, recentemente, teve remake com um dos filhos de Will Smith (um dos produtores da série).

Macaque in the trees
Cobra Kai é a continuação, mais de 30 anos depois, do filme Karatê Kid (Foto: Foto: divulgação)

‘Cobra Kai’, a série, se passa 30 anos depois dos fatos mostrados no primeiro filme, quando Daniel LaRusso derrotou Johnny Lawrence (William Zabka) num campeonato de karatê. Neste corte de tempo, vemos que ambos (feitos pelos atores originais) traçaram caminhos diferentes: Daniel, virou próspero negociante de automóveis, enquanto que Johnny se tornou uma pessoa amargurada. Contudo, por conta de fatos apresentados na primeira temporada, Johnny abriu um dojo (depois de ver um rapaz latino ser agredido), e o batizou de Cobra Kai.

Na segunda temporada, vemos o Cobra Kai se desenvolver e formar um grupo de alunos que acaba por rivalizar com outro grupo, liderado pela filha de Daniel, a fofa Samantha (Mary Mouser), já que o próprio Daniel volta a treinar. O embate entre estes dois grupos dá a tônica da segunda temporada. E leva para um final bastante tenso, à beira da tragédia.

Na temporada atual, o Cobra Kai foi tomado pelo sinistro Kreese (Martin Kove, que está nos três filmes originais), e somos levados numa jornada sentimental de Daniel, em busca das origens de Miyagy, no Japão. As conexões com os filmes são cada vez mais estreitas. A ponto de termos até participações especiais de Tamlyn Tomita (Kumiko, do segundo filme) e de Chozen (Yuji Okumoto, rival de Daniel no mesmo filme). O que abriu uma porta imensa para a entrada em cena de Ali (Elisabeth Shue), a mocinha do filme original. Ou seja, na quarta temporada, todos os laços com os filmes serão fechados. ‘Cobra Kai’ está indo tão bem que, mesmo quem não conhece os filmes originais, fica ligado na série rapidamente, o que a faz ser um dos maiores sucessos atuais do Netflix.

R.U.G.I.D.O.S

*Dia 11 de janeiro, estreia no Prime Video a terceira temporada de ‘American Gods’ (baseada no livro ‘Deuses americanos’, de Neil Gaiman). A nova trama é sobre uma guerra inevitável entre os velhos deuses da mitologia e os novos deuses da tecnologia moderna.

Macaque in the trees
American Gods é baseada no livro Deuses americanos, de Neil Gaiman (Foto: Foto: divulgação)

*O Starzplay tem como principal atração do mês a estreia de ‘The Stand’ (baseado em livro de Stephen King), sobre uma praga que se abateu sobre a humanidade, criada pelo próprio Homem.

*Já o canal Curta! traz séries nacionais que propõem refelexões: ‘Fronteiras do Pensamento’, dirigida por André Brandão e Ricardo Carioba, se propõe a oferecer caminhos, por meio de reflexões potentes de grandes intelectuais da atualidade; ‘No Caminho do Bem’, dirigida por Bárbara Kahane e Belisario Franca, nos revela como as diversas doutrinas religiosas professadas no Brasil se posicionam diante de questões inerentes ao espírito humano; e o documentário “Alma Imoral”, dividido em cinco episódios, é dirigido pelo cineasta Silvio Tendler, baseado no famoso livro do rabino Nilton Bonder, e que já foi peça de teatro.

*O canal El Rey, lançado pelo diretor Roberto Rodriguez (‘Alita’) no final de 2013, encerrou suas transmissões nos EUA, em 31/12, por falta de público/assinantes.